O venezuelano Rafael Martins Suarez Salazar, que foi preso no final de 2019, pela Polícia Civil do Amazonas, acusado de aplicar golpes com Bitcoin e criptomoedas no Brasil, já teria arrecadado mais de 1473 bitcoins em um supostos golpe que também teria sido praticado no Peru, Venezuela, EUA, Espanha e Colômbia.

Assim que o Cointelegraph publicou a matéria, em 18 de dezembro de 2019, investidores de outras nações, que acreditaram nas promessas de Salazar procuraram a reportagem para relatar seus casos. Há pessoas que relataram ter aplicado mais de R$ 100 mil no suposto golpe que prometia alta rentabilidade com supostas operações com Bitcoin.

Segundo os relatos, além do empresário André Luiz Athayde Gomes, que também foi preso pela Polícia Civil do Amazonas, também estariam envolvidos no suposto golpe a esposa de Salazar que teria declarado que os pagamentos seriam retomados a partir do dia 18 de janeiro de 2020 e Gilberto Sucesso, Sócio-proprietário do Grupo Sucesso que tem sua sede também em Manaus, onde os outros dois suspeitos foram presos.

O Grupo Sucesso se autoproclama uma das maiores redes de ensino de Manaus e alega ter 23 anos de história. Procurada pelo Cointelegraph, Gilberto e o grupo ainda não atenderam os chamados até a publicação desta reportagem.

Salazar ja teria aplicado outros supostos golpes com criptomoedas na Venezuela com uma empresa chamada Beatifull Woman Nail que prometia rendimentos em um negocio que envolvia um 'acordo cambial', contudo, após o depósito dos clientes, Salazar 'sumia' e não respondia mais mensagens.

O grupo de clientes que teria sido lesado por Salazar afirma que deve organizar uma 'comitiva' até o Brasil em busca de informações sobre como reaver seus investimentos. Junto com a prisão dos dois acusados formalmente pelo suposto crime, Salazar e Gomes, foram apreendidos uma Toyota Hylux que pertenceria a uma das vítimas do suposto golpe e outros três carros de luxo. Ambos negam o crime.

Os acusados prometiam rendimentos de até 60% em 12 dias por meio de supostas aplicações com Bitcoin, porém nenhum deles tem qualquer autorização ou dispensa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar no país.

“As pessoas acabavam vendendo veículos, resgatando dinheiro da poupança e aplicando no negócio. Destaco que, no início, as vítimas tiveram retorno do investimento, porém, nos últimos dois meses os infratores não realizaram mais os pagamentos dos rendimentos, que caracterizou o crime de estelionato. Durante os trabalhos, efetuamos a prisão de Rafael e, desta vez, prendemos o segundo envolvido”, disse o titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd), delegado Aldeney Góes.

Como noticiou o Cointelegraph, em busca de debater crimes relacionados a Bitcoin e criptomoedas, a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) com o apoio da Polícia Federal anunciaram a realização do 2º Fórum Nacional sobre Crimes Econômicos-Financeiros, que terá a participação do Prêmio Nobel de Economia, o Professor Thomas Sargent.

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