O venezuelano, Rafael Martins Suarez Salazar, foi preso pela Polícia Civil de Manaus por aplicar um suposto golpe com Bitcoin e criptomoedas. Salazar prometia rendimentos de até 60% em 12 dias por meio de supostas aplicações com Bitcoin.
Salazar veio ao Brasil há cerca de dois anos, revelou a Polícia Civil, e por meio do suposto golpe, já teria arrecadado em torno de R$ 5 milhões e segundo a Polícia Civil, mais de 100 pessoas teriam sido vítimas do golpe. Uma segunda pessoa, André Luiz Athayde Gomes, acusada de ajudar Salazar, está sendo procurada pela Polícia e segue foragida.
Junto com a prisão de Salazar também foram apreendidos três carros de luxo. A prisão do suspeito ocorreu em um condomínio de luxo no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus.
"Não fizemos o golpe e nem estelionato para ninguém. Eu somente fazia a movimentação no mercado pelo fato de eu ser formado e ter todas as credenciais para mexer no mercado financeiro. Fizemos o pagamento de lucro para todos os clientes até a segunda semana do mês de outubro. Por conta da descida do Bitcoin e o mercado estar bem ruim, nós fechamos os lucros até 30 de novembro, onde combinamos com os nossos clientes em fazer os pagamentos", explicou Salazar negando que seja autor de crimes.
Contudo, segundo levantamento feito pelo Cointelegraph o venezuelano não tinha autorização ou dispensa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar no Brasil oferecendo serviços de investimentos.
"Existia um contrato padrão que oferecia, semanalmente, 5% do montante que era aplicado. Se investia R$100 mil, ganhava R$5 mil toda semana, aos sábados. Ao final de um ano, o cliente tinha direito de receber esse dinheiro investido de volta. É uma coisa maravilhosa, mas isso não existe. Toda aplicação financeira, principalmente as de alto risco, corre o risco de perder valores. E os suspeitos não passavam isso para os clientes. Enquanto entra dinheiro, eles pagam as vítimas para que gere uma propaganda", explicou o titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd), delegado Aldeney Góes.
Salazar teria 'iludido' às vítimas realizando o pagamento dos 'lucros', mas desde outubro teria parado de pagar os clientes alegando problemas no mercado. A situação motivou um grupo de clientes a procurar a delegacia que abriu um inquérito para investigar as atividade de Salazar.
"Os suspeitos deram a desculpa de que iam atualizar a plataforma para melhorar o sistema e os rendimentos não eram pagos aos clientes. Faziam reuniões e jogavam a dívida para frente", completou o delegado.
Como noticiou o Cointelegraph em um outro caso de suposto golpe, um investidor relatou que teria vendido a própria casa para conseguir recursos para aplicar na suposta pirâmide financeira GenBit, que já teve um alerta da CVM para suspender suas atividades.
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