O Bitybank divulgou esta semana comportamento de algumas das principais criptomoedas no mercado brasileiro em agosto, quando o Ethereum (ETH) avançou, enquanto Bitcoin (BTC) e Tether (USDT) recuaram em volume de negociações.
O relatório mensal assinado pela analista de criptoativos da exchange brasileira, Sarah Uska, baseado em dados do aplicativo de monitoramento Biscoint, apontou que o mercado cripto brasileiro acompanhou os movimentos globais em agosto, mas com uma dinâmica marcada por concentração em poucos dias.
Tanto Bitcoin quanto Ethereum tiveram seus maiores volumes na primeira quinzena, refletindo o impacto das falas do Federal Reserve sobre possíveis cortes de juros. No entanto, enquanto no mercado internacional a liquidez foi mais constante, no Brasil as negociações se concentraram em datas específicas, como 9, 10, 11, 24 e 26 de agosto, revelando um fluxo ainda dependente de gatilhos pontuais, salientou.
De acordo com o relatório, a movimentação brasileira também foi influenciada por fatores internos. No dia 10 de agosto, um erro de sistema na corretora Brasil Bitcoin gerou um aumento artificial nos volumes de BTC e ETH. Além disso, o padrão dos investidores locais continua a ser o de reagir de forma mais intensa nos momentos de maior volatilidade, ao contrário do mercado global, em que a presença de instituições garante uma liquidez mais estável e previsível.
Segundo a análise, apesar da relevância crescente dos criptoativos no país, a participação brasileira ainda é pequena quando comparada ao mercado internacional. Em agosto, o Brasil representou menos de 0,1% do volume global de Bitcoin e apenas 0,25% das negociações de Ethereum. No caso do Tether, a diferença é ainda mais acentuada, já que o volume local foi de cerca de US$500 milhões frente a trilhões de dólares movimentados mundialmente.
Bitcoin
O Bitcoin encerrou agosto com volume negociado de 5.955 BTC, contra 6.499 BTC em julho, uma redução de 8,37%. Em valores em reais, o total movimentado caiu de R$4,16 bilhões para R$3,75 bilhões. O preço médio mensal se manteve estável, próximo de R$629 mil, mas o fechamento em R$595 mil representou uma queda de 8,87% no mês, de acordo com o monitoramento.
Ethereum
O monitoramento apontou que o Ethereum seguiu em sentido contrário, com aumento no volume de negociações. O total negociado passou de 103,1 mil ETH em julho para 107,3 mil ETH em agosto, alta de 4,04%. Em reais, a movimentação avançou de R$1,84 bilhão para R$2,49 bilhões. Além disso, o preço médio saltou de R$17,8 mil para R$23,2 mil, confirmando o bom desempenho do ativo no mercado brasileiro.
USDT
O Tether registrou retração significativa na atividade. O volume negociado no Brasil caiu de 1,68 bilhão de USDT em julho para 1,47 bilhão em agosto, uma redução de 12,4%. Em reais, o total movimentado recuou de R$9,3 bilhões para R$8,03 bilhões, indicando menor uso da stablecoin como meio de liquidez nas operações. Diferente do padrão global, onde o USDT mantém liquidez constante, no país seu uso se mostrou mais pontual, associado a momentos de arbitragem ou necessidade imediata de liquidez. Essa retração ajuda a explicar a menor demanda pelo ativo como porto seguro em um período de menor volatilidade no real e no próprio Bitcoin, de acordo com o documento.
Esta semana, o Mercado Bitcoin também divulgou um relatório elencando cinco criptomoedas blue chips para ficar de olho em setembro, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.