A BWA, empresa comandada pelo empresário Paulo Roberto Bilíbio, teria mais de 3 mil Bitcoins bloqueados nas plataformas do Grupo Bitcoin Banco, controladas por Cláudio Oliveira, segundo um documento que vem circulando nas redes sociais.

O documento, uma suposta Ata Notarial, que teria sido registrada no 2º Tabelião de Notas da Comarca de Santos, no dia 03 de dezembro para identificar os saldos que seriam pertencentes a BWA e que estariam bloqueados no GBB. Recentemente o empresário Guilherme Aere acusou Bilíbio de ser o verdadeiro dono do GBB, mas Paulo nega veemente a afirmação.

Segundo o saldo identificado pela Ata, Bilíbio teria custodiado na NegocieCoins, cerca de R$ 163.277.991,60 por meio de Bitcoin e outras criptomoedas, sendo que este valor sería correspondente a 3.224,74446677 Bitcoins, 3.94117799 Bitcoin Gold e 191.560,74694566 BR2eX.

No entanto o BR2eX é uma criptomoeda lançada pelo GBB e que seria lastreada em gramas de ouro, contudo, até o momento, não foi fornecida qualquer prova sobre o lastro do criptoativo e onde estariam armazenadas o ouro referente a criptomoeda. 

A Ata Notarial, teria sido registrada como forma de certificar o saldo de Bilíbio e da BWA na NegocieCoins que é alvo de uma Recuperação Judicial. Por sua vez a BWA está sendo processada judicialmente por diversos clientes justamente por atrasar pagamentos de seus clientes. A empresa oferecia pacotes de investimento atrelados a ganhos com criptomoedas

Contudo, segundo levantamento do Cointelegraph, a BWA e Paulo Bilíbio, não tinham autorização ou dispensa, da Comissão de Valores Mobiliários, CVM, para atuar oferecendo ofertas de investimento coletivo.

Além de processos por falta de pagamento, nas redes sociais, clientes registram queixas contra a empresa sobre a dificuldade em reaver os valores investidos.

"Comecei investir na empresa e logo no primeiro mês já atrasou o pagamento mensal, até agora não recebi mais nada, ninguém me atende nem mesmo meu consultor, sites e aplicativos da plataforma não funcionam mais, gostaria de esclarecimentos e meu dinheiro de volta, pois recebi apenas 15 dias de rendimento", diz um investidor no site Reclame Aqui.

Como noticiou o Cointelegraph, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), por meio de uma decisão da 12ª Vara Cívil da Comarca de Santos, mandou bloquear imóveis, carros, contas bancárias, barcos e até avião pertencentes aos operadores da BWA que, no documento, é acusada de operar um golpe de pirâmide financeira, baseado em operações com criptomoedas.

A ação foi aberta por um grupo de clientes da empresa que teria realizado um investimento milionário na BWA e não teria conseguido reaver os valores investidos e nem os supostos lucros. Os atrasos nos saques da BWA teriam começado a pelo menos 30 dias. Procurada pela reportagem para comentar o caso, a BWA não se manifestou até a publicação desta matéria.

Apontado como dono da BWA, Paulo Bilíbio, foi vítima de um sequestro supostamente orquestrado pelo empresário Guilherme Aere dos Santos. O caso também envolveu policiais da Rota, do Batalhão do Choque e até ex-delegados da Polícia Federal. Aere é acusado de ter mandado sequestrar e extorquir o empresário. Atualmente, os 12 suspeitos do caso de sequestro respondem em liberdade por conta de um habeas corpus concedido pela Justiça. 

Guilherme Aere, nega as acusações.

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