Resumo da notícia:
Brasil fica atrás de Uruguai, Colômbia, Chile, Argentina e Equador em difusão de IA.
Emirados Árabes Unidos lidera adoção global; Canadá é o país mais bem rankeado da América.
Difusão da tecnologia é a mais rápida da hisória com mais de 1,2 bilhão de pessoas em três anos.
IA aponta abismo entre hemisférios norte e sul.
PIB e idioma também representam disparidade de adoção de IA.
O Brasil é o 60% país em adoção de inteligência artificial (IA), segundo um relatório sobre a difusão global da tecnologia, divulgado pela Microsoft.
De acordo com o “AI Diffusion Report”, a taxa de adoção de IA no país é de 15,6%, patamar que coloca o Brasil atrás de países vizinhos como Uruguai (42ª colocação com 20,9% de adoção), Colômbia (43ª posição com 20,4%), Chile (46º lugar com 19,6%), Argentina (50ª posição com 17,8%) e Equador (55% colocação com 17%).
O relatório destaca a liderança dos Emirados Árabes Unidos (59,4%), seguidos por Singapura (58,6%), Noruega (45,3%), Irlanda (41,7%), França (40,9%) e Espanha (39,7%). Já o país do continente americano mais bem rankeado é o Canadá (14ª posição com 33,5% de taxa de adoção), seguido por Estados Unidos (23º lugar com 26,3%) e Costa Rica (30ª colocação com 25,1%).
O levantamento aponta que a tecnologia representa a difusão mais rápida da história, já que, em menos de três anos, mais de 1,2 bilhão de pessoas utilizam ferramentas de IA, uma taxa de adoção mais rápida que a da internet, do computador pessoal ou mesmo do smartphone.
Por outro lado, o relatório destaca que, assim como outras tecnologias de uso geral anteriores, os benefícios da IA não estão se espalhando de forma igualitária. O uso de IA no Norte Global é aproximadamente o dobro do registrado no Sul Global. Nesse caso, adoção de IA no Norte Global é de aproximadamente 23%, comparado a apenas 13% no Sul Global. A adoção correlaciona fortemente com Produto Interno Bruto (PIB per capita), com disparidades mais acentuadas em países abaixo de US$ 20 mil de PIB per capita — faixa que inclui todos os países menos desenvolvidos.
A disparidade, revela o relatório, também se apoia em três bases: eletricidade, conectividade e computação. Segundo o “AI Diffusion Report”, a adoção de IA é mais rápida onde essas bases existem, e mais lenta onde não existem. Nesse caso, cerca de quatro bilhões de pessoas — metade do mundo — ainda não têm o básico necessário para usar IA.
A pesquisa destaca o surgimento de uma nova barreira: o idioma. Nações em que predominam línguas menos conhecidas — como Malawi ou Laos — apresentam menor adoção, mesmo após ajuste para PIB e acesso à internet.
Da perspectiva dos Infraestrutucture Builders, os Estados Unidos e China juntos hospedam 86% da capacidade global de data centers, evidenciando a alta concentração da base da IA.
Países que investiram em infraestrutura digital e cujos cidadãos têm habilidades para usar ferramentas de IA em um idioma que dominam apresentam taxas de adoção muito superiores, resume o relatório.
Na avaliação da Microsoft, para participar plenamente de uma economia movida por IA, as pessoas precisam de habilidades digitais e técnicas para usar ferramentas de IA de forma produtiva e responsável. Sem essa base, a IA corre o risco de se tornar uma tecnologia acessível apenas a uma parcela da sociedade — aprofundando desigualdades, em vez de ampliar oportunidades.
Recentemente a Proofpoint também divulgou uma pesquisa apontando que a IA agrava riscos de perda de dados nas empresas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.