O Bitcoin começou o ano em altíssima rotação, registrando novas máximas a cada dia do ano novo. Nesta sexta-feira, a nova máxima histórica da criptomoeda foi estabelecida em US$ 41.981, segundo dados do Cointelegraph Markets. 

No Brasil, também tivemos recorde superado e a nova máxima contra o real é de R$ 229.338. Resta saber o quanto as novas marcas vão durar até serem superadas. Desde o natal, a moeda já valorizou 80% e a disparada desta semana acabou travando plataformas de negociação no Brasil.

A maior criptomoeda começou a semana em US$ 29.000, superou US$ 32.400 já na segunda-feira e subiu morro acima: US$ 34.000 na terça-feira, US$ 36.000 na quarta-feira, US$ 39.000 na quinta e finalmente quase US$ 42.000 nesta sexta-feira. No momento, a correção trouxe o BTC para a faixa dos US$ 40.000.

O movimento não passou despercebido pelas altcoins, que igualmente tiveram uma semana de altas consistentes - até para o XRP, que vê seu barco afundando por problemas com a SEC dos EUA. O Ether teve uma alta semanal de 53%, chegando a 112% de crescimento no mês, com máxima anotada de US$ 1.275.

Já o XRP conseguiu subir 40% na semana, cotado a US$ 0,30. Nos últimos turbulentos 30 dias - com liquidações em massa de XRP, suspensões em plataformas e possibilidade de multa bilionária - o XRP perdeu 45% de seu valor.

Para além das maiores moedas, XLM, RSR, SNT e NANO também foram destaques entre as altcoins.

Ainda sobre o Bitcoin, a semana foi de outros recordes. Com matérias simpáticas à criptomoeda - sempre pregando cautela - chegando aos veículos financeiros mais tradicionais, a aceitação da moeda como reserva de valor na crise parece estar se consolidando.

A capitalização de mercado da criptomoeda superou nesta semana todas as ações da bolsa de valores do Brasil, chegando a US$ 1 trilhão.

Diante do rali com descoberta de preços tão expressiva, os analistas de mercado entraram em campo para tentar prever os movimentos do Bitcoin nas próximas semanas - e até no médio prazo.

Entre os "novos Bitcoiners" estão críticos convertidos, como Samy Dana, e youtubers como Primo Rico. Apesar disso, nem todos embarcam no entusiasmo. Um professor da Unicamp detonou o Bitcoin e escreveu um artigo dizendo que moeda é um esquema ponzi e uma fraude.

Na matéria mais lida do Cointelegraph Brasil, uma análise da exchange brasileira Mercado Bitcoin do início da semana alertou para uma possível queda drástica do BTC para R$ 110.000 (cerca de US$ 19.000 no câmbio desta sexta-feira).

Por outro lado, um outro analista declarou nesta semana que não deveremos ver o Bitcoin a US$ 20.000 "nunca mais". Uma série de dados on-chain do Bitcoin parece confirmar a tese, indicando que o rali atual estaria longe de terminar.

Outro analista famoso, Max Keiser, disse que o BTC pode chegar a US$ 220.000 ainda neste ano.

O Bitcoin também anotou um novo recorde de proporção da capitalização de mercado contra o ouro, chegando a incríveis 6% nesta sexta-feira. A capitalização de mercado também passou as ações de gigantes de tecnologia como Facebook e Alibaba e a capitalização de moedas importantes como o rublo russo.

A semana também teve cenas inacreditáveis nos Estados Unidos, quando o presidente Donald Trump, derrotado nas eleições do ano passado, incitou seus apoiadores a invadirem o Capitólio, que no mesmo dia confirmava a vitória de Joe Biden.

Os apoiadores venceram as forças de segurança e conseguiram invadir o Congresso dos EUA no dia mais importante em décadas, causando a morte de quatro pessoas e manchando de forma definitiva a imagem de Trump, temporariamente banido de todas as suas redes sociais. Diante de todo esse caos, entre a corrida pelas vacinas contra o coronavírus, crises geopolíticas e autoritarismo, quem mais tem se fortalecido é o Bitcoin.

Drama das vítimas da Unick Forex

O Cointelegraph Brasil continua publicando matérias especiais sobre a pirâmide financeira Unick Forex, que deixou uma dívida bilionária e milhares de vítimas sem nada. Apesar da empresa ter sido encerrada em outubro de 2019, com seus principais responsáveis presos, as vítimas seguem sem receber.

Nesta semana, o especial do Cointelegraph Brasil contou a história de quem perdeu tudo com os crimes cometidos pela empresa de Leidimar Lopes e hoje passa fome.

O drama é parecido com outra história publicada nesta semana: Condutores da Tocha Olímpica no Brasil estão 'passando fome' e vendem símbolo por menos de 0,024 bitcoins.

No dia 1 de janeiro, um endereço com 1.564 Bitcoins da Unick foi alvo de um dusting atack. Os BTCs haviam sido apreendidos pela Polícia Federal na operação que desmontou a quadrilha que comandava a empresa.

Apesar de tudo isso, o presidente Bolsonaro aprovou uma medida provisória que permite empresas com dívidas judiciais como Bitcoin Banco e BWA possam pedir empréstimos, sem pagar credores, para retomar atividades.

Blockchain no Brasil

O mercado de blockchain também trouxe novidades. O CAPES anunciou que está financiando um projeto de telemedicina para auxiliar no combate e tratamento da COVID-19.

Em outra iniciativa inusitada, um pai paulistano presenteou seu filho recém-nascido com créditos de carbono em blockchain. A blockchain também é usada em startups brasileiras para combater um dos crimes de maior incidência na pandemia: o feminicídio.

E finalmente, na notícia mais importante do criptomercado brasileiro na semana, a exchange argentina Ripio anunciou a compra da brasileira BitcoinTrade, uma das maiores exchanges do Brasil.

LEIA MAIS