O grupo Ambipar, que atua nas áreas de gestão ambiental, resíduos e de resposta a emergências, anunciou na última segunda-feira (28) a celebração de um memorando de entendimentos com a empresa brasileira de alimentos Minerva Foods, que atua nas áreas de carne o couro. O documento, firmado por meio da subsidiária Biofílica Ambipar Environment, foi enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) prevendo  a criação de uma joint venture na linha estratégica de sustentabilidade da Ambipar, que afirma buscar uma cadeia pecuária de baixa emissão de carbono. O que também foi abarcado recentemente pela empresa junto a pessoas físicas  por meio do lançamento de um aplicativo em blockchain, o Ambify, que leva tokens de crédito de carbono, o AMBP3, aos seus usuários. 

Em relação à joint venture, a Ambipar informou que o objetivo da parceria é desenvolver projetos de carbono na cadeia do agronegócio na América do Sul, com exceção do Brasil e Peru. De acordo com o comunicado, as empresas, por meio da joint venture, vão atuar na análise e implementação de projetos de carbono nas propriedades atreladas a cadeira de fornecedores da Minerva, onde serão gerados créditos de carbono, ou Reduções Verificadas de Emissão (RVEs). Segundo a Ambipar, “esses projetos poderão ser comercializados em mercados apropriados, inclusive junto à própria base de clientes da companhia.”

No caso do Ambipar (AMBP3), a quantidade de tokens é calculada pelo aplicativo criado em blockchain e lançado em dezembro pela empresa possibilita que os usuários calculem suas pegadas pessoais de carbono e façam a compensação ao comprarem créditos de carbono acessíveis a pessoas físicas. 

O carbono na medida certa é vida, o excesso que é o problema. A gente emite dióxido de carbono o tempo todo: quando come, bebe, anda de carro, viaja de avião, usa energia, compra coisas. As florestas, o solo e os oceanos neutralizam uma parte, mas não conseguem dar conta de todo, explicou o diretor de Ativos Digitais da Ambipar, João Valente. 

A empresa informou que o aplicativo foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar com especialistas em blockchain, mercado de carbono, desenvolvedores, programadores e designers. A plataforma já vem em versões em português, inglês e espanhol e está disponível no Play Store do Gloogle e na Apple Store.

De acordo com a  Ambipar, ao final de cada compensação, a plataforma destina 5% do valor para projetos sociais, à escolha do usuário, podendo ser: Instituto Jô Clemente (Antiga APAE de São Paulo), Médicos sem Fronteiras ou Instituto Luz Alliance. A empresa disse ainda que “para demonstrar a credibilidade do aplicativo, os projetos da Ambify são todos registrados nos padrões Verra, a mais reconhecida certificadora internacional de carbono.”

Ao informar que o token  AMBP3 foi criado na rede BNB Chain (antiga Binance Smart Chain, BSC), a empresa justificou a característica mais sustentável desta blockchain, “que gasta menos energia para ser minerada.”

No Brasil, a prefeitura do Rio de Janeiro também deu um passo significativo para o crescimento do mercado de créditos de carbono no país, ao fechar uma parceria com a  Nasdaq e a Global Environmental Asset Plataform (GEAP) para uma possível abertura de uma bolsa para negociação de créditos de carbono na capital fluminense ainda em 2022, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

 

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