A USP (Universidade de São Paulo) tornou-se a primeira instituição latino-americana a aderir à AI Alliance, uma comunidade aberta que reúne mais de 100 entidades do mundo todo com o objetivo de desenvolver aplicações de inteligência artificial (IA) de forma colaborativa. 

A rede é formada por empresas, startups, universidades, instituições de pesquisa, organizações governamentais e fundações sem fins lucrativos, reunindo pesquisadores e desenvolvedores em torno da promoção de inovações guiadas por rigor científico, segurança e responsabilidade no campo da IA.

O modelo de gestão e desenvolvimento de projetos da AI Alliance utiliza uma plataforma colaborativa que congrega diferentes grupos de trabalho divididos em seis áreas de atuação: capacitação e educação; segurança e confiabilidade; aplicativos e ferramentas; habilitação de hardware; modelos fundacionais; e direito digital.

A participação da USP na AI Alliance será coordenada pelo Centro de Estudos em Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina da universidade. 

"Pesquisas em inteligência artificial afetam diretamente a vida das pessoas. A USP já acompanha o impacto das tecnologias de inteligência artificial no cotidiano e seus efeitos sobre o tecido social", afirmou Paulo Nussenzveig, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da USP, em reportagem do Jornal da USP.

Nussenzveig destacou ainda que ao aderir à AI Alliance, "a USP busca protagonismo nesse debate."

A USP terá como missão inicial atender a necessidades específicas do desenvolvimento de modelos funcionais de IA no contexto da América Latina, atuando nos grupos dedicados a modelos funcionais e a segurança e confiabilidade. 

No grupo de Modelos Fundacionais, membros do Instituto de Matemática e Estatística (IME) trabalharão na criação de ferramentas para incorporar a língua portuguesa e dialetos indígenas em modelos de IA multilíngues e multimodais.

Integrantes da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) farão parte do grupo de Ferramentas de Segurança e Confiabilidade de IA, compartilhando informações e diretrizes sobre práticas de segurança, responsabilidade, ética e cibersegurança, além de contribuírem para o desenvolvimento de recursos aprimorados para testes de modelos e aplicativos de IA.

A participação da USP na AI Alliance é um desdobramento da parceria entre a universidade e a IBM no laboratório de pesquisa Center for Artificial Intelligence (C4AI). A IBM é uma das fundadoras da AI Alliance.

O ingresso da USP na AI Alliance coincide com as iniciativas do governo federal para implementar um plano estratégico para o desenvolvimento do ecossistema de inteligência artificial no Brasil.

Conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil recentemente, o investimento de US$ 23 bilhões do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), apresentado pelo governo Lula, tem o objetivo de posicionar o país entre os líderes do setor, segundo a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.