Resumo da notícia:
BLESS se desprende em 360%, em meio a cautela e saída de capital líquido do mercado cripto.
Dólar perde força e stablecoins de ouro avançam diante de incertezas envolvendo EUA e China.
Pressão vendedora de altcoins se intensifica; ETFs se movem sem direção definida.
O mercado de criptomoedas respondia por um market cap de US$ 3,77 trilhões (-1,2%) na manhã desta quinta-feira (16), quando o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 111,2 mil (-0,8%) com dominância a 58,7%, medo dos investidores (32%) e as principais altcoins retraídas, apesar do desprendimento de alguns tokens.
Chamava a atenção o desempenho do BLESS, transacionado por US$ 0,14 (+360%).
A explosão do token da plataforma descentralizada de compartilhamento de poder computacional Bless acontecia na esteira de uma competição de negociação na BNB Chain lançada na última semana pela Binance, envolvendo recompensas para negociações do BLESS, Panda (AOP) e STBL.
Apesar da alta do BLESS, o comportamento dos investidores se mostrava difuso pela valorização do ouro e stablecoins lastreadas no metal precioso, em meio ao enfraquecimento do índice de força do dólar americano (DXY). Nesse caso, a diminuição de demanda pela moeda fiduciária dos Estados Unidos, referência global, ocorria na esteira do acirramento da guerra comercial travada pelo presidente Donald Trump com a China. O que começou na última sexta-feira (10), quando o republicano decidiu tarifar o país asiático em 100% em resposta a um anúncio da China de maior controle sobre suas exportações de terras raras. A decisão atingiu em cheio mercados como o de criptomoedas, com a liquidação de quase US$ 20 bilhões em posições alavancadas em 24 horas.
Em entrevista coletiva no Salão Oval da Casa Branca, Trump voltou a subir o tom, a poucos dias de uma reunião marcada com o líder chinês, Xi Jinping.
Estamos em uma agora. Veja, temos uma tarifa de 100%. Se não tivéssemos tarifas, seríamos considerados um nada. Não teríamos defesa. Sabe, eles usaram tarifas contra nós, mas nunca tivemos ninguém sentado naquela cadeira que sentisse a necessidade de fazê-lo, disse o republicano.
Apesar da cautela, parte dos investidores parece ter ignorado a guerra comercial travada por Trump, já que o S&P 500 e o Nasdaq encerraram em respectivos 6.671,06 (+0,40%) e 66.670,08 pontos (0,66%).
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A ascensão dos índices historicamente associados ao desempenho do Bitcoin coincidia pelo desempenho dos papéis de grandes empresas de tecnologia e balanços favoráveis de gigantes bancários, além de dados moderados expressos na atualização de quarta-feira (15) do Livro Bege, relatório do Federal Reserve (Fed) contemplando diversos vetores da economia dos EUA, em cada distrito.
O VIX, “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, encontrava-se a 19,95 pontos (-3,3%). Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em Bitcoin recuaram em líquidos US$ 104,11 milhões enquanto os ETFs de Ethereum (ETH) avançaram através de US$ 169,66 milhões em entradas líquidas, segundo dados da SoSoValue.
O mapeamento da Coinglass do mercado de Futuros de criptomoedas apontava queda a US$ 161,06 bilhões (-1,3%) no Interesse Aberto e recuo a US$ 329,06 bilhões (-12,1%) no volume de negociações. Já que a liquidação de traders alavancados de criptomoedas orbitava US$ 540,4 milhões (+42%), com desvantagem para os touros, já que as posições compradas (longs) beirava US$ 391 milhões ante US$ 149,5 milhões em posições vendidas (shorts).
A 46,31 pontos, o índice de força relativa (RSI) médio das criptomoedas se mantinha na região neutra, mas com aumento da pressão de venda. O mapa de calor também destacava diversos tokens nas zonas de forte compra ou sobrecompra e de forte venda ou sobrevenda. Na primeira faixa, mais sujeita à correção, estavam tokens como PAXG (stablecoin lastrada no ouro), ENA, ETH, COAI, BLESS, BEL, TRX, ZEREBRO, XPIN, LIGHT, USELESS, CATI, EDU, VELVET. No outro extremo, mais sujeito a reversão, estavam tokens como ASTER, APT, FIL, OP, FET, ATH, M, W, DYDX, DG, YB, KAVA, XAN, TUT, PTB, MIRA, SOMI, GRASS, HIPPO, IDOL, MON, AIOT, FUN, VARV, MET.
O índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado, voltava a se retrair, a 29 pontos, em sinal de saída de liquidez. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o ASTER derretia a US$ 1,27 (-13%), o ZEC valia US$ 235,91 (-11,2%), o TAO era comprado por US4 400,59 (-10%), o LDO se convertia em US$ 0,92 (-9%), o IP estava precificado em US$ 6,08 (-7,9%), o FET se referenciava por US$ 0,29 (-6,7%), o DEXE se recuperava a US$ 7,13 (+5,6%) com recuo semanal de 35,5% Ve o TRX se nivelava por US$ 0,32 (+1,5%).
Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o TIBBIR era negociado por US$ 0,27 (+41,1%), o BB respondia por US$ 0,14 (+12,7%), o ARRR estava cotado a US$ 0,49 (+17,4%), o SOLO estava precificado em US$ 0,24 (+14,8%), o KGEN era trocado por US$ 0,35 (+65%), o QAI esta avaliado em US$ 93,54 (+10%), o LAB atingia US$ 0,21 (+92,6%) e o LIGHT estava avaliado em US$ 0,99 (+26,9%).
Entre as novas listagens estavam RVV na Binance Futuros, GIGGLE na Huobi e Phemex, RECALL na Coinbase e Gate.io, NOM na Crypto.com, KGEN na CoinEx, ZBT, U2U e RHEA na Kraken, SHR na BitMart, ARES na LBank, LAB na Poloniex, TAKE e YB na Bitget Futuros.
No dia anterior, COAI, BAS e YGG subiram até 120% com o Bitcoin de olho no Fed, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.