Resumo da notícia:

  • COAI, BAS e YGG se beneficiam com entrada de capital líquido no mercado cripto e sobem até 120%.

  • Jerome Powell sinaliza que o Fed deve cortar taxa de juros este mês, favorecendo a liquidez em mercados como o de criptomoedas.

  • Desconfiança também está em alta com guerra comercial de Trump, divulgação de balanços de bancos, do Livro Bege e pronunciamento de membros do Fed.

O mercado de criptomoedas respondia por US$ 3,84 trilhões (+1,4%) em market cap na manhã desta quarta-feira (15). O Bitcoin (BTC) era transacionado por US$ 112,6 mil (+1,1%) com dominância recuada a 58,4%, medo dos investidores (34%) e a maioria das principais altcoins em alta.

No grupo dos 500 tokens mais bem capitalizados, chamava a atenção o desempenho do ChainOpera (COAI), do BNB Attestation Service (BAS) e do Yield Guild Games (YGG), precificados respectivamente por US$ 16,07 (+120%), US$ 0,10 (+116%) e US$ 0,19 (+40%).

Gráfico de 24 horas do par COAI/USD. Fonte: CoinMarketCap.

Por outro lado, o mapeamento do CoinMarketCap indicava como principais retrações em 24 horas Humanity Protocol (H), Portal To Bitcoin (PTB) e Aethir (ATH), transacionados respectivamente por US$ 0,139 (-21,5%), US$ 0,047 (-20%) e US$ 0,040 (-12%).

Gráfico de 24 horas do par H/USD. Fonte: CoinMarketCap.

A entrada de capital líquido no mercado cripto ocorria na esteira de movimentos difusos dos investidores, já que o enfraquecimento do dólar americano (DXY) coincidia com novos recordes do ouro, incluindo stablecoins lastreadas no metal precioso, além de retração do S&P 500 e do Nasdaq, encerrados em respectivos 6.644,31 (-0,16%) e 22.521,70 (+0,76%).

Na seara otimista, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizou na última quarta-feira (14) que o banco central dos Estados Unidos deve diminuir o aperto na taxa de juros este mês. Em declarações feitas no evento Associação Nacional de Economia Empresarial (Nabe), na Filadélfia, Powell salientou a fraqueza no mercado de trabalho e salientou que “começaram a surgir alguns sinais de que as condições de liquidez estão se tornando gradualmente mais restritivas”.

Por outro lado, o sentimento de cautela dos investidores de criptomoedas limitava a reação do Bitcoin, que chegou a romper a resistência de US$ 116 mil na segunda-feira (13). Nesse caso, os investidores se voltavam para outros catalisadores de volatilidade nessa quarta, como a divulgação do Livro Bege, relatório contemplando diversos vetores da economia dos EUA, a divulgação de balanços de gigantes bancários, pronunciamentos de membros do Fed e os desdobramentos da guerra comercial travada pelo presidente Donald Trump com a China. O que resultou em um crash no mercado cripto na última sexta-feira, resultando na liquidação de quase US$ 20 bilhões em posições alavancadas após o republicano anunciar a tarifação de 100% sobre produtos do país asiático.

O VIX, “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, encontrava-se recuado a 19,56 pontos (-6%). Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em Bitcoin e em Ethereum (ETH) avançaram através de respectivas entradas líquidas de US$ 102,58 milhões e US$ 236,22 milhões, segundo dados da SoSoValue.

mapeamento da Coinglass do mercado de Futuros de criptomoedas apontava alta a US$ 163,5 bilhões (+2,5%) no Interesse Aberto e queda a US$ 385,8 bilhões (-12,9%) no volume de negociações. Já que a liquidação de traders alavancados de criptomoedas orbitava US$ 380,6 milhões (-48,2%), com desvantagem para os ursos, já que as posições vendidas (shorts) orbitava US$ 214,5 milhões ante US$ 165,3 milhões em posições compradas (longs).

A 47,32 pontos, o índice de força relativa (RSI) médio das criptomoedas se mantinha na região neutra, mas com aumento da pressão de compra. O mapa de calor também destacava diversos tokens nas zonas de forte compra ou sobrecompra e de forte venda ou sobrevenda. Na primeira faixa, mais sujeita à correção, estavam tokens como PAXG (stablecoin lastrada no ouro), BAS, TAO, SOL, SNX, LDO, H, YGG, SYRUP, DEGO, USELESS, EDU, SAPIEN, ESPORTS, TA, OG. No outro extremo, mais sujeito a reversão, estavam tokens como APT, PUMP, OP, BERA, ATH, FET, STBL, KAVA, SOMI, SOLV, XAN, ORDER, PTB, HIPPO, AIOT.

Mapa de calor de 4 horas do RSI das criptomoedas. Fonte: Coinglass.

O índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado, voltava a se retrair, a 36 pontos, em sinal de saída de liquidez. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o MYX recuava a US$ 3,12 (-10%), o FET derretia a US$ 0,31 (-7,8%), o CAKE se retraía a US$ 3,25 (-5,4%), o M estava precificado em US$ 2 (-2,5%), o ASTER chegava a US$ 1,46 (+8,5%), o XMR era trocado por US$ 324,01 (+6,4%), o HYPE valia US$ 40,50 (+5,9%) e o CRV representava US$ 0,59 (+5,7%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o ZEC era trocado por US$ 265,85 (+16,9%) com acumulado semanal de 88%, o XPL respondia por US$ 0,47 (+14,7%) com queda de 45,1% em sete dias, o LDO era negociado por US$ 1,01 (+10,8%), o TRAC respondia por US$ 0,76 (+31,1%), o EUL orbitava US4 9,21 (+26,1%), o ZORA se equiparava a US$ 0,11 (+24,4%) com ascensão semanal de 104,6%) e o 4 se nivelava por US$ 0,18 (+37,8%).

Entre as novas listagens estavam YB na Binance, Bitrue, CoinEx, Bithet, Gate.io, Bybit, BitMart, LBank, Kraken, OKX, MEXC, Bitvavo, Phemex, XMN na Kucoin, COIN na AscenEx, TAKE e SEND na Biconomy.

No dia anterior, o Bitcoin recuava e as criptomoedas sofriam pressão de venda com reação da China a Trump, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.