Lateralizado em torno de US$ 107,4 mil no início da tarde desta sexta-feira (BTC), o Bitcoin se mantinha sob alta volatilidade semanal. O que contava com ampla participação de baleias, pela compra da queda do BTC nos últimos dias, com os ataques mútuos entre Israel e Irã.
Esse movimento era contrário ao desespero das sardinhas com o conflito no Oriente Médio, que chegou a pressionar o BTC contra a resistência de US$ 98 mil, de acordo com análises da Santiment e da Binance.
No X, a plataforma de monitoramento on-chain destacou o que as grandes e médias carteiras de Bitcoin, respectivamente baleias e tubarões, voltou ao maior nível ao maior nível doas últimos meses.
A quantidade de carteiras de baleias e tubarões com pelo menos 10 Bitcoins (atualmente um pouco mais de US$ 1,07 milhão) voltou ao seu maior valor desde 12 de março. Com a volatilidade dos mercados, o dinheiro inteligente se acumulou na maioria dos ciclos de vendas de pânico no varejo, observou a Santiment.
🐳 The amount of whale & shark wallets holding at least 10 Bitcoin (currently a bit over $1.07M) is back to its highest amount since March 12th. As markets have been volatile, smart money has accumulated on most retail panic sell cycles.
— Santiment (@santimentfeed) June 26, 2025
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No que se refere ao Bitcoin, o mapeamento da Santiment se complementava pelos apontamentos da Binance Research. Segundo o relatório semanal do braço de estudos da exchange global de criptomoedas, o Bitcoin demonstrou resiliência durante os conflitos, enquanto o Índice do Dólar Americano (DXY) caiu para uma nova mínima de três anos, influenciado em parte pelas críticas públicas contínuas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à hesitação do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em cortar as taxas de juros, o que pesou sobre o sentimento e provocou debate entre observadores sobre a independência política do Fed.
O documento destacou que o benchmark cripto continua demonstrando sua resiliência como um ativo de hedge emergente em meio à incerteza geopolítica, enquanto o desempenho do Ethereum (ETH) sugere que ele permanece menos consolidado nesse papel.
A Binance citou um estudo publicado em setembro pela gestora BlackRock, destacando a força consistente do Bitcoin após eventos geopolíticos comparáveis, relatando um retorno médio de 37% nos 60 dias subsequentes a tais ocorrências.
Embora ainda seja incerto se o Bitcoin manterá seu desempenho superior após os eventos deste fim de semana, sua forte recuperação inicial pode sinalizar expectativas do mercado para uma tendência de alta contínua na maior criptomoeda, observou o relatório.
Altseason é incerta
O estudo acrescentou que, historicamente, as temporadas de altcoins (altseason) costumam seguir uma forte alta do Bitcoin, materializando-se assim que o Bitcoin entra em uma fase de consolidação ou retração.
Durante esses períodos, o capital em busca de retornos potenciais mais altos (alfa) frequentemente se desloca do Bitcoin, relativamente estável e com potencial de valorização limitado, para altcoins mais voláteis e de menor capitalização, com maior apelo especulativo, salientou análise.
Por outro lado, a exchange ponderou o eventual rali dos tokens ao considerar que “um diferencial fundamental no ciclo atual é a proliferação sem precedentes de tokens de criptomoedas em todo o mundo”.
Mesmo com o novo capital fluindo para altcoins, esse influxo pode ser diluído em um mercado supersaturado de novos projetos. Isso poderia atenuar o fenômeno de "maré alta levanta todos os barcos" observado em mercados de alta anteriores, explicou.
A Binance argumentou que os dois principais ciclos anteriores de altcoins foram caracterizados por novos temas do setor, abrangendo inovações tecnológicas ou paradigmáticas, como ICOs e DeFi e que, no atual mercado em alta, muitos conceitos predominantes, como moedas Meme e BitcoinFi ou DePIN, são iterações de tendências já observadas. Sobre a inteligência artificial (IA), a exchange avaliou que ela não é criptonativa e teve impacto prático limitado no setor até o momento.
Portanto, mesmo que a riqueza gerada pelo desempenho do Bitcoin busque se espalhar para as Altcoins, um catalisador significativo provavelmente será necessário. Sem esse gatilho, alcançar o consenso de capital e um movimento coordenado do mercado pode ser desafiador. Por exemplo, a alta das memecoins no ano passado reduziu o domínio do Bitcoin apenas temporariamente por alguns meses, concluiu.
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil, o relatório "The State of LATAM Crypto Markets – 2025" da Kaiko Research também revelou os criptoativos que dominam a preferência dos investidores nacionais e na América Latina.