A tokenizadora brasileira Tokeniza anunciou esta semana que fechou uma parceria com a Moonbeam, uma plataforma parachain baseada na rede Polkadot, compatível com a rede Ethereum, onde passam a ser cunhados os ativos tokenizados pela empresa.
Ao Valor, a Tokeniza informou que pretende ampliar suas operações no país pela tokenização de ativos judiciais, heranças, clubes de investimentos, entre outros valores mobiliários.
Outra frente é a tokenização de startups por meio de crowdfunding, prevista na Resolução CVM 88 e que foi estabelecida no ano passado por meio do Ofício Circular CVM/SSE 06/23 no limite de captação em R$ 15 milhões através da emissão de tokens de recebíveis (TRs).
De acordo com o CEO da empresa, Arthur Coelho, a ideia nasceu entre o final de 2021 com foco em tokenização imobiliária, quando o mercado ainda não tinha clareza sobre quem seria o regulador infralegal no país, definição que ficou clara a partir do enquadramento dos TRs na Resolução 88.
Por outro lado, Coelho deixou claro que a tokenização a tokenização de heranças e precatórios estão atrelados ao direito das pessoas e não aos objetos ou valores reivindicados e não à coisa em si. Isso porque, segundo ele, atualmente não há uma limitação legal sobre o que pode ser tokenizado, em caso de direito assegurado.
O empresário acrescentou que a Tokeniza foi a primeira empresa autorizada a atuar no segmento de tokenização no ano passado e revelou que a tokenizadora já possui uma oferta de R$ 10 milhões na plataforma, divididos entre tokens de um ativo judicial, um ativo imobiliário e uma startup.
Por sua vez, o CRO e fundador da Tokeniza, Mychel Mendes, revelou que a empresa já conta com uma contratação para tokenizar mais R$ 25 milhões e que a empresa está de olho na tokenização de créditos de reciclagem.
Na avaliação do representante da Moonbeam no país, Thiago Castroneves, o Brasil é o principal mercado regional da plataforma e a tokenização de ativos do mundo real (RWAs, na sigla em inglês) ainda tem muito espaço de desenvolvimento e aprimoramento ao qualificar esse segmento como um dos mais relevantes caso de uso dentro da criptoeconomia, já bastante aderente ao Pix.
Castroneves, da área de grants e desenvolvimento de negócios da Fundação Moonbeam, comentou recentemente sobre o crescimento da base de desenvolvedores da plataforma e afirmou que as parcerias firmadas no país são apenas o começo, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.