A exchange de criptomoedas brasileira digitra.com elevou recentemente o percentual sobre o volume arrecadado em taxas de negociação para os provedores de liquidez da plataforma. Essa fatia representa uma estimativa anual de 4,5% em pools de liquidez de criptoativos mais líquidos, de acordo declarações do CEO da empresa, Rodrigo Batista, ao Valor.
Segundo o empresário, os usuários podem abrir ordens de compra e venda com valores preestabelecidos e, caso a ordem se comporte como formadora de preço no livro de ordens, a recompensa é entregue imediatamente.
De acordo com Batista, a exchange vai destinar 20% das taxas de negociação aos provedores de liquidez como forma de incentivo aos formadores de mercado voluntários.
O que, na avaliação do empresário, pode ajudar a impulsionar a negociação em mercado secundário de tokens de RWA (ativo do mundo real, na sigla em inglês) que seguem os parâmetros de crowdfunding da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Isso porque a licença de crowdfunding, prevista na Resolução CVM 88 e que foi estabelecida no ano passado por meio do Ofício Circular CVM/SSE 06/23, limita a captação em R$ 15 milhões através da emissão de tokens de recebíveis (TRs). Volume que, na interpretação do empresário, torna inviável a contratação de um agente para a captação.
Para a digitra.com, a ideia é aproveitar as vantagens do modelo das exchanges descentralizadas (DEXs) em relação à formação de pools de liquidez, sem os riscos dos protocolos, como problemas de desempenho e de segurança por causa da descentralização.
A empresa estima que o setor tem um potencial de movimentar até US$ 200 bilhões no país nos próximos anos, volume que representa ente 1% e 2% de uma fatia global de US$ 10 trilhões em tokenização.
O Citigroup, por sua vez, também está otimista com o país. De acordo com o banco, o histórico do Brasil em adotar novas tecnologias e a liderança do país em utilização de dinheiro digital, aliados ao avanço regulatório e o desenvolvimento de uma infraestrutura robusta nos setores público e privado, devem remar a favor do avanço do Drex, a versão brasileira de moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês), conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.