Clientes da Atlas Quantum começaram a transferir seus BTCQs para a StratumX em uma tentativa de reaver o investimento realizado na empresa comandada por Rodrigo Marques.

Segundo anunciou o CEO da Stratum, Rocelo Lopes, haverá um programa de usabilidade para o BTCQ na plataforma.

Assim, detentores de BTCQ contaram com o "SwapX" que envolve uma série de ações, dividida em fases, na qual o token da Atlas poderá ser usado na paridade com o Bitcoin.

Nesta primeira fase iniciada agora ele poderá ser negociado em RAS, stablecoin lastreada em reais, seguindo o order book e também poderá ser usado para pagar taxas na plataforma, neste caso na paridade com o Bitcoin.

De acordo com um levantamento feito pelo Cointelegraph o order book da StratumX já está com diversas ordens abertas tanto de compra como de venda.

 

BTCQ e RAS na Atlas Quantum

Na outra ponta a Atlas Quantum também anunciou a listagem do RAS em sua plataforma.

Assim clientes da Atlas podem trocar o BTCQ por RAS usando a plataforma de Rodrigo Marques.

Porém, na Atlas, o principal par de negociação é o BTCQ/BTC que, nas últimas 24h viu um volume de negociação de 699 BTCQ que foram negociados por 9.78 Bitcoins.

O caso "Atlas Quantum" vem se arrastando por mais de 1 ano, quando em agosto de 2019 a Comissão de Valores Mobiliários, CVM, publicou um stop order contra a empresa levando a  Atlas a iniciar o atraso no pagamento de seus clientes.

Desde então, processos, investigações, aquisições misteriosas e outros fatos ocorreram porém os clientes ainda continuam sem acesso a seus Bitcoins sendo obrigados a usar o BTCQ e os tipos de negociações atrelados a ele, para tentar reaver seu investimento.

Limão azedo em limonada

Assim que anunciou a listagem do BTCQ na StratumX, Rocelo Lopes sofreu diversos questionamentos nas redes sociais.

Em boa parte deles, usuários da Atlas insatisfeitos com as soluções propostas pela Atlas, questionavam a iniciativa de Lopes e se ele estaria "unido" a Marques no suposto golpe aplicado pela Atlas Quantum.

Rocelo, durante uma live, declarou que estava buscando transformar os "limões azedos" em uma "doce limonada"

"Esses limões que nos referimos são exclusivos de um grande escândalo que abalou o mundo cripto no Brasil num passado recente, o mistério da Atlas Quantum. Clientes tiveram seus investimentos presos na plataforma. O abalo no setor foi grande e seguido de outros escândalos colocando em risco todo um ecossistema já há muito tempo atacado por bancos e representantes dos governos. Incitado por um comentário de um FAKER (aglutinação das palavras inglesas FAKE+HATER, criada por Rocelo), decidi agir para tentar 'equilibrar' este jogo" revelou.

Assim, segundo Lopes, haverá um sistema de "compra" de BTCQ pela StratumX. Nele, sempre 1 BTCQ será 1 BTC.

"Não tenho qualquer ligação empresarial ou pessoal com o Rodrigo Marques, só quero ajudar a transformar os limões azedos em limonada. O SWAPX é um projeto no qual aquele que tiver BTCq poderá usá-la em negociação com outras moedas ou tokens dependendo da fase em que o projeto se encontra. Por exemplo, na FASE 1 o BTCq poderá ser negociado com RAS, na 2 com BLU (token da StratumBlue.hk) e na terceira com bônus de TokenBack na SAW (carteira do grupo)", disse.

Clientes da Atlas

O empresário destacou também que ao longo dos próximos meses outras fases entrarão no ar e que o BTCQ deverá ser negociado no par com todas as criptomoedas listadas na StratumX.

Nas redes sociais clientes da Atlas que tentam recuperar parte do investimento gostaram da iniciativa.

"Tudo que for lançado que me permita recuperar parte do que perdi é válido. Não tenho dinheiro para entrar com processo judicial então tenho buscado formas de reaver o que perdi. Venho fazendo trade de BTCQ e já consegui recuperar 30% do que tinha na Atlas. Separei 10% desse valor para continuar nesta operação e tentar recuperar mais, então, estas iniciativas eu vejo como sendo positivas" disse um investidor de Itupeva (SP) ao Cointelegraph.

Contudo, outros investidores pedem a prisão de Marques e a condenação da Atlas.

"Eu perdi tudo, não tenho mais esperança. Quero ver o Rodrigo na cadeia, só isso", destacou um cliente da Atlas de São Paulo, capital.

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