O mercado de criptomoedas enfrenta um de seus períodos mais desafiadores no atual mercado de alta, segundo o analista independente Orlando Telles.
“Normalmente, essa fase acontece após um grande movimento de mercado e é marcada pela baixa volatilidade e pelo baixo interesse do mercado de modo geral”, afirmou Orlando em uma edição recente do boletim OnCrypto Today.
Sem catalisadores imediatos de alta e o Bitcoin (BTC) estagnado em uma zona de consolidação abaixo dos US$ 100.000, o sentimento dos investidores oscila entre o medo e a neutralidade, resultando em indiferença ou capitulação.
“Estamos há cerca de 90 dias nessa faixa de consolidação e acredito que podemos permanecer nela por mais alguns meses, o que vejo como uma excelente oportunidade para ajustes na carteira e otimizações de portfólio", afirma Orlando.
Observando pontos de suporte e resistência cruciais para o preço do Bitcoin, o analista aponta que há três zonas de preço às quais os investidores devem ficar atentos, conforme o gráfico abaixo.
Gráfico diário anotado BTC/USD (Coinbase) destacando zonas de consolidação, risco e oportunidade. Fonte: OnCryptoPro
A zona de lateralização, em amarelo, é aquela em que o preço do Bitcoin deve oscilar durante a maior parte do tempo. Enquanto o ativo estiver dentro dessa faixa, os investidores devem ter paciência, evitando movimentações no portfólio, sugere Orlando.
A zona de ajuste, em vermelho, entre a atual máxima histórica do Bitcoin, de US$ 108.786 e US$ 104.500, é uma região para realização de lucros. Os investidores tanto podem fazer caixa convertendo as criptomoedas em stablecoins ou reduzir o risco, rotacionando o capital para ativos mais seguros, sem se deixar levar pela euforia momentânea do mercado.
Por fim, a zona de oportunidade, em verde, entre US$ 85.000 e 90.000, oferece oportunidades para assumir mais risco com altcoins selecionadas que vêm apresentando fundamentos sólidos e preço resiliente desde a correção disparada pelo “efeito DeepSeek” e a guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump.
3 criptomoedas para a altseason
Embora a maioria das altcoins venha apresentando um desempenho inferior ao do Bitcoin no atual mercado de alta, uma altseason não está totalmente descartada. No entanto, alerta Orlando, os investidores precisam ter foco no médio e longo prazo para terem sucesso em suas alocações.
Hyperliquid (HYPE)
O token nativo da Hyperliquid (HYPE) foi um dos que menos sofreu na recente correção, com uma valorização de 11,2% nos últimos 30 dias, de acordo com dados da CoinGecko.
Orlando atribui o bom desempenho ao fato de o protocolo possuir “mais de 50% de todo o volume no mercado de contratos perpétuos.”
“Além disso, o modelo de negócios da Hyperliquid se beneficia dos momentos de volatilidade, garantindo receita constante para o protocolo com as variações de preços na zona de consolidação", acrescenta o analista.
Recentemente, a Hyperliquid superou a Ethereum (ETH) em geração de receitas.
Pendle (PENDLE)
Apesar de acumular perdas de 11,3% nos últimos 30 dias, de acordo com dados da CoinGecko, a Pendle (PENDLE) registra crescimento de suas principais métricas, com o valor total bloqueado (TVL) na plataforma muito próximo de suas máximas históricas.
Orlando também destaca as atualizações a serem implementadas pela Pendle em 2025 como potenciais catalisadores para alta do PENDLE:
“O anúncio recente do roadmap da Pendle foi muito promissor, com a construção de mais duas novas linhas de receita, Citadels e Boros, além de ele ter atingido seu maior TVL em ETH da história neste momento de instabilidade no mercado — um excelente sinal para o projeto.”
Solana (SOL)
O preço do token nativo da Solana (SOL) está 34% abaixo da máxima histórica registrada em 19 de janeiro, na esteira do lançamento do TRUMP, memecoin oficial do presidente dos EUA, Donald Trump.
Além da atualização Firedancer, que vai aumentar a capacidade de processamento da rede, Orlando aponta outros dois potenciais catalisadores para a alta do preço do ativo ao longo de 2025:
“Apesar da liberação de cerca de 2% do seu suprimento em março, que pode gerar alguma volatilidade de curto prazo, o projeto deve ganhar seu ETF spot nos Estados Unidos até outubro deste ano, além de ser a base para as duas principais narrativas do mercado no atual ciclo de alta: agentes de inteligência artificial e memecoins.”
A inflação do suprimento circulante do SOL a que Orlando se refere está vinculada ao desbloqueio de US$ 2,5 bilhões em tokens vendidos com desconto pelo espólio da exchange de criptomoedas falida FTX. Em 1º de março, os tokens serão liberados para negociação, conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil.