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Paulo JoséPaulo José

Banco pretende lançar nova bolsa de valores no Brasil que utilizará moeda digital da favela do Maré

Proposta de uma “nova B3” será apresentada para aprovação da CVM através do sandbox

Banco pretende lançar nova bolsa de valores no Brasil que utilizará moeda digital da favela do Maré
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Uma nova bolsa de valores brasileira está sendo desenvolvida pelo Banco Maré, segundo o InfoMoney. Voltada para financiamento de projetos sociais e startups, a plataforma de investimentos funcionará através transações com uma moeda digital, a palafita.

No entanto, a proposta da nova bolsa de valores do Brasil ainda deverá ser aprovada pela CVM. De acordo com o projeto, a (bvm:)12 apresenta todos os requisitos exigidos pelo sandbox da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A proposta da (bvm:)12 pretende ainda democratizar o acesso de investidores e startups à bolsa de valores. Utilizando uma moeda digital, a plataforma terá sede no Rio de Janeiro - RJ, podendo abrir em breve uma filial em Nova York, nos Estados Unidos.

Nova bolsa de valores no Brasil

A CVM possui um projeto chamado sandbox que permitirá a apresentação de propostas inovadoras no mercado financeiro. Através da sandbox, projetos como a (bvm:)12 poderão ser desenvolvidos sob supervisão da comissão.

Além disso, a nova bolsa de valores do Brasil pode expandir o mercado de ações, até então controlado pela B3. Segundo a proposta da (bvm:)12, a bolsa de valores será voltada para a listagem de projetos com impacto social e ambiental.

Lançado há quatro anos, o Banco Maré é o responsável pela proposta de uma nova bolsa de valores brasileira. Com 37 mil clientes, o banco social foi criado em uma comunidade carioca em busca de apresentar soluções financeiras para a população que vivem à margem da sociedade.

Banco Maré

Em entrevista ao InfoMoney, Alexander Albuquerque comenta sobre os maiores desafios enfrentados por empresas com impacto social e ou ambiental. O co-fundador da Maré compara o Brasil com outros países, dizendo que no mercado internacional existem mais investimentos em startups de impacto social.

“Nós sabemos o quão difícil é para uma startup de impacto social se capitalizar. Isso é algo muito mais fácil no exterior, onde há uma preocupação muito maior com sustentabilidade.”

O próprio Banco Maré enfrentou problemas para conseguir investimento no Brasil. Albuquerque lembra que o banco social foi financiado principalmente por investidores de outros países.

Por outro lado, enquanto no Brasil existem dificuldades para conseguir investimentos para projetos sociais, nos Estados Unidos até 40% dos usuários procuram investir em empresas como o Banco Maré.

“Tivemos poucos investidores no Brasil, os principais vieram do exterior. Nos Estados Unidos, 40% dos investidores investem em empresas de impacto.”


Banco Maré possui cartão de débito e aplicativo (Reprodução)

Moeda digital é usada em favela

O cenário econômico vigente demonstra que brasileiros estão procurando mais investir na bolsa de valores. Atualmente, a B3 possui 2,8 milhões de usuários que investem em ações oferecidas pela bolsa de valores brasileiras. Esse número saltou 250% em cerca de 18 meses, sendo que em 2019 a B3 possuía apenas 800 mil clientes.

Com uma nova bolsa de valores no Brasil, o mercado de ações pode ser expandido, além de ganhar competitividade. Além disso, o projeto da moeda digital e da bolsa de valores impactará a comunidade da Maré, permitindo um fortalecimento do sistema financeiro local.

Para Eduardo Baumel, o projeto deverá criar também oportunidades de trabalho para a “favela”. O CEO da bolsa da nova bolsa valores brasileira aposta em um aquecimento da economia da Maré, e pode beneficiar toda a sociedade.

“Uma startup que atua em favelas, ao crescer contrata mais funcionários locais e faz a economia girar dentro da comunidade.”

A sede da (bvm:)12 será próxima ao aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro - RJ. Porém, os desenvolvedores da plataforma planejam abrir uma filial em Nova York, EUA, visando a expansão internacional do empreendimento.

Antes mesmo de ser aprovada pela CVM, a bolsa de valores do Banco da Maré já possui 12 empresas que podem ter ações listadas na plataforma. Os negócios são do Brasil e de outros países, como África, Índia e Colômbia.

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