Uma nova bolsa de valores brasileira está sendo desenvolvida pelo Banco Maré, segundo o InfoMoney. Voltada para financiamento de projetos sociais e startups, a plataforma de investimentos funcionará através transações com uma moeda digital, a palafita.
No entanto, a proposta da nova bolsa de valores do Brasil ainda deverá ser aprovada pela CVM. De acordo com o projeto, a (bvm:)12 apresenta todos os requisitos exigidos pelo sandbox da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A proposta da (bvm:)12 pretende ainda democratizar o acesso de investidores e startups à bolsa de valores. Utilizando uma moeda digital, a plataforma terá sede no Rio de Janeiro - RJ, podendo abrir em breve uma filial em Nova York, nos Estados Unidos.
Nova bolsa de valores no Brasil
A CVM possui um projeto chamado sandbox que permitirá a apresentação de propostas inovadoras no mercado financeiro. Através da sandbox, projetos como a (bvm:)12 poderão ser desenvolvidos sob supervisão da comissão.
Além disso, a nova bolsa de valores do Brasil pode expandir o mercado de ações, até então controlado pela B3. Segundo a proposta da (bvm:)12, a bolsa de valores será voltada para a listagem de projetos com impacto social e ambiental.
Lançado há quatro anos, o Banco Maré é o responsável pela proposta de uma nova bolsa de valores brasileira. Com 37 mil clientes, o banco social foi criado em uma comunidade carioca em busca de apresentar soluções financeiras para a população que vivem à margem da sociedade.
Banco Maré
Em entrevista ao InfoMoney, Alexander Albuquerque comenta sobre os maiores desafios enfrentados por empresas com impacto social e ou ambiental. O co-fundador da Maré compara o Brasil com outros países, dizendo que no mercado internacional existem mais investimentos em startups de impacto social.
“Nós sabemos o quão difícil é para uma startup de impacto social se capitalizar. Isso é algo muito mais fácil no exterior, onde há uma preocupação muito maior com sustentabilidade.”
O próprio Banco Maré enfrentou problemas para conseguir investimento no Brasil. Albuquerque lembra que o banco social foi financiado principalmente por investidores de outros países.
Por outro lado, enquanto no Brasil existem dificuldades para conseguir investimentos para projetos sociais, nos Estados Unidos até 40% dos usuários procuram investir em empresas como o Banco Maré.
“Tivemos poucos investidores no Brasil, os principais vieram do exterior. Nos Estados Unidos, 40% dos investidores investem em empresas de impacto.”
Banco Maré possui cartão de débito e aplicativo (Reprodução)
Moeda digital é usada em favela
O cenário econômico vigente demonstra que brasileiros estão procurando mais investir na bolsa de valores. Atualmente, a B3 possui 2,8 milhões de usuários que investem em ações oferecidas pela bolsa de valores brasileiras. Esse número saltou 250% em cerca de 18 meses, sendo que em 2019 a B3 possuía apenas 800 mil clientes.
Com uma nova bolsa de valores no Brasil, o mercado de ações pode ser expandido, além de ganhar competitividade. Além disso, o projeto da moeda digital e da bolsa de valores impactará a comunidade da Maré, permitindo um fortalecimento do sistema financeiro local.
Para Eduardo Baumel, o projeto deverá criar também oportunidades de trabalho para a “favela”. O CEO da bolsa da nova bolsa valores brasileira aposta em um aquecimento da economia da Maré, e pode beneficiar toda a sociedade.
“Uma startup que atua em favelas, ao crescer contrata mais funcionários locais e faz a economia girar dentro da comunidade.”
A sede da (bvm:)12 será próxima ao aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro - RJ. Porém, os desenvolvedores da plataforma planejam abrir uma filial em Nova York, EUA, visando a expansão internacional do empreendimento.
Antes mesmo de ser aprovada pela CVM, a bolsa de valores do Banco da Maré já possui 12 empresas que podem ter ações listadas na plataforma. Os negócios são do Brasil e de outros países, como África, Índia e Colômbia.
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