Investidores brasileiros terão acesso facilitado a ações de empresas listadas em bolsas no exterior através de títulos conhecidos como BDRs, segundo A Folha. De acordo com um anúncio publicado pela CVM nesta terça-feira (11), a negociação será feita pela B3, com títulos lastreados em ações de empresas com capital aberto em países estrangeiros.

Sendo assim, a medida valerá tanto para empresas estrangeiras quanto para negócios do Brasil que possuem oferta de ações fora do país. A democratização do acesso a investimentos em ações de empresas com capital fora do Brasil estará disponível a partir do dia 1º de setembro de 2020.

Dessa forma, brasileiros poderão comprar ações da Apple, por exemplo, e até de empresas que atuam no Brasil, mas possuem capital aberto em bolsas de valores de outros países.

Ações da Apple serão negociadas pela B3

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deliberou que títulos podem representar ações de empresas listadas em bolsas internacionais. Dessa forma, os certificados podem ser negociados pela B3.

Com a decisão da CVM, a bolsa de valores brasileiras poderá ofertar ações da Apple através de BDRs. Embora a ação de empresas internacionais não sejam disponibilizadas diretamente pela bolsa brasileira, o certificado possui lastro na ação, representando uma forma de negociação alternativa para o título.

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são considerados títulos negociados pela B3 e que possuem lastro em outras ações. Ou seja, o certificado em forma de título que será negociado pela B3 representa as ações que são negociadas fora do Brasil.

Além de oferecer a negociação de empresas estrangeiras, os BRDs permitirão também a oferta de ações de empresas que possuem capital aberto em bolsas de outros países.

CVM proibiu em 2009

A CVM decidiu rever o posicionamento diante da oferta de BDRs na bolsa de valores do Brasil. Até então, a comissão havia proibido a negociação desses títulos lastreados em ações.

Desde 2009 a negociação de BDRs está suspensa na B3 pela CVM, a não ser em situações específicas de oferta do certificado. Na ocasião, a proibição da autarquia aconteceu logo após a oferta de ações de empresas brasileiras em um paraíso fiscal caribenho.

A mudança da CVM aconteceu após uma audiência pública em dezembro de 2019 sobre a oferta de BDRs pela B3. Naquele mês, a gigante XP Investimentos abriu a oferta de capital em Nova York através da bolsa de tecnologia da Nasdaq.

Com a oferta, a XP Investimentos arrecadou US$ 2,3 bilhões em investimentos iniciais. No entanto, brasileiros que representam o varejo do mercado de investimentos não tiveram acesso facilitado às ações da XP Investimentos.

Até então, somente investidores com mais de R$ 1.000.000 em ativos financeiros podiam negociar BDRs relacionados a XP Investimentos na B3. Com a mudança proposta pela CVM, o acesso de investidores a ações fora do Brasil será simplificado.

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