Em uma reportagem publicada em 26 de dezembro a Revista Época, uma das principais do país, misturou uma série de empresas e acabou colocando 'em pé' de igualdade a Unick Forex, suposta pirâmide financeira que teve seus líderes presos pela Polícia Federal, com algumas das maiores empresas do Brasil.

A reportagem tinha como tema empresas que durante o ano de 2019, por questões estratégicas como recolocação no mercado, resolveram mudar de nome. Porém entre as empresas, algumas delas entre as maiores do Brasil, a reportagem inseriu a Unick Forex, que afirmava realizar aplicações no mercado Forex com Bitcoin.

Além da Unick, que teria mudado seu nome para Unick Academy, também são listadas pela revista a Kroton que mudou para Cogna; Odebrecht para OCE; Wallmart para Grupo Big, Forja Taurus para Taurus Armas; Net para Claro; Grupo XP para XP Inc; Banco Votorantim para BV; WhatsApp e Instagram para Instagram from Facebook e WhatsApp from Facebook.

'Unick Forex, agora Unick Academy, mudou de nome para reforçar seu papel como produtora de conteúdo (...) a Unick Forex decidiu mudar de nome para Unick Academy em agosto, tentando escapar da má fama e reforçar o discurso de que é uma produtora de conteúdo sobre o mercado financeiro. Na ocasião, a empresa afirmou que a mudança visa deixar “claro” o que é sua “atuação principal, que é proporcionar, que é divulgar conhecimentos e informações”, destacou a reportagem.

A Época não menciona que a Unick quando anunciou a mudança de nome já tinha sido notificada pelo menos três vezes pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que a suposta empressa já estava com os pagamentos de seus clientes atrasados desde o primeiro trimestre do ano.

Além disso não informa que os líderes da Unick foram alvos da Operação Lamanai da Polícia Federal na qual todos são acusados de montar uma empresa com a unica finalidade de aplicar um golpe de pirâmide financeira que teria movimentado mais de R$ 28 bilhões, lesado em mais de R$ 1 bilhão milhares de clientes em todo o Brasil.

Como noticiou o Cointelegraph a respeito da Unick Forex, a Polícia Federal teria revelado uma impressionante trama dentro da empresa, envolvendo brigas internas, desconfianças, intimidações e possíveis crimes federais, tudo com a colaboração de ex-agentes da própria Polícia Federal.

Segundo as revelações, o advogado Fernando Baum Salomon, que seria 'sócio oculto' da Unick Forex, teria contratado uma equipe de investigação, que contava inclusive com hackers, para verificar se haviam investigações em curso na Polícia Federal sobre ele e os líderes da Unick Forex.

A equipe, seria comandada por um ex-agente da Polícia Federal que teria 'amplas' conexões com pessoas que ainda estavam na ativa na PF e poderiam colaborar com informações. Além disso, os investigadores também seriam responsáveis por intimidar líderes da Unick que estariam montando um 'golpe dentro do golpe'.

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