Uma muralha ainda parece existir entre os jogos construídos em blockchain e os jogos tradicionais. Apesar de terem movimentado entre US$ 3 bilhões a US$ 4,9 bilhões em 2021, se acordo com diferentes levantamentos, os jogos play-to-earn (P2E) ainda representam uma fatia de apenas 3% de toda indústria de jogos. Mas, a separação entre os dois universos tende a se tornar uma linha tênue à medida que a web3 se desenvolve. 

Um exemplo disso foi o anúncio feito no último dia 2 pela Polium, uma pequena empresa de tecnologia formada por engenheiros apaixonados por jogos, que prometeu lançar até o terceiro trimestre de 2024 o Polium One, que é um console “mult-chain” (multicadeia), que vai funcionar como uma espécie de hardware de interfaceamento para jogos construídos em diferentes plataformas blockchain. 

"Os jogos web3 estão espalhados por diferentes blockchains, o que torna
difíceis de encontrar - especialmente se você não entender sobre criptomoedas. Os usuários terão que visitar diferentes sites e usar carteiras diferentes apenas para jogar seus jogos favoritos. Hoje, há mais pessoas que jogam jogos em um console do que no PC—e todos os jogos web3 são desenvolvidos para PC. Um ótimo PC para jogos é caro para comprar e difícil de construir, especialmente para um jogador de console", justificou a empresa no whitepapper do projeto. 

No Twitter, a Polium disse que “o console será suficientemente poderoso para receber jogos de alta performance e simples para o jogador tradicional utilizar mesmo sem entender sobre a web3. 

De acordo com a empresa, o projeto também terá suporte através da venda de 10 mil tokens não fungíveis (NFTs) chamados de “Polium Press”, que funcionarão como uma encomenda do console, além de benefícios, como airdrop PFP jogável, recompensas  de staking e acesso aos eventos de lançamento nos Estados Unidos, Japão e Reino Unido

A ideia da também é adotar uma carteira multi-chain para que os jogadores consigam fazer tudo pelo console, como negociações, trocas e recebimento de tokens, no jogo e fora dele. 

O console será capaz de rodar jogos baseados em ImmutableX, Solana, Polygon, Ethereum, BNB, Wax, EOS e Harmony. Os usuários não precisarão trocar de rede para jogar um determinado jogo e metaverso ou ao negociar ativos, informa o whitepaper acrescentando que o controle do console também terá um scanner de impressão digital e um botão “carteira” para que os usuários tenham acesso rápido à carteira mult-chain, acrescentou o whitepaper.

Após o anúncio, a Polium, que afirmou que apenas quatro pessoas trabalham no hardware, prometendo resolução de 8 K, tempo de carregamento de 120 FPS e Ray Tracing, foi alvo de críticas incluindo a similaridade do Polium One e o GameCube da Nintendo e a não aceitação da blockchain e dos NFTs por parte da comunidade. Em relação à similaridade com o GameCube, a Polium disse que as empresas usam artes parecidas, mas que mudará até o lançamento para evitar polêmicas. 

No Brasil, Osmar Siddiqui, CEO da Joyride Gamers, startup que fornece infraestrutura para desenvolvedores de jogos em blockchain, apostou no potencial do país para o crescimento dos jogos P2E. Para ele, esta expansão passa pela adesão dos “jogadores casuais”, que em linhas gerais não estão preocupados com os processos complexos da blockchain e sim com os benefícios que a tecnologia disruptiva pode trazer aos jogos, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil

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