A Polícia Federal (PF) prendeu preventivamente no último domingo (7) um operador financeiro especialista em lavagem de dinheiro através de criptomoedas no Brasil. Ele foi detido na área migratória do aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos/SP, quando tentava embarcar em voo com destino à cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Além da prisão, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão relacionados ao investigado e à companheira dele, que não tiveram os nomes divulgados. Nesse caso, a ação foi um cumprimento pendente da Operação Colossus, deflagrada em setembro de 2022, que não havia sido cumprida em razão de os suspeitos não terem sido localizados no país.
Segundo a PF, em Dubai o homem fixou residência a fim de possibilitar a continuidade da prática criminosa de forma a dificultar a atuação das autoridades policiais brasileiras. A prisão ocorreu após dias de monitoramento do investigado pela Polícia Federal.
A PF também afirma que o investigado é responsável por diversos atos de lavagem de capitais por meio do recebimento de recursos financeiros de origem ilícita no país e sua disponibilização como criptoativos, tanto no exterior quanto no território nacional, dissimulando e ocultando a origem dos valores mediante sucessivas transações realizadas por diferentes empresas de fachada titularizadas por interpostas pessoas (“laranjas”). Além da prática dos crimes de falsidade ideológica, evasão de divisas, funcionamento irregular de instituição financeira e falsa identidade em operação de câmbio.
“Ainda, há provas de que, mesmo residindo no exterior, o investigado continua praticando delitos, tendo sido identificada conta bancária pertencente a empresa titularizada por “laranja” e por ele utilizada para o recebimento e transferência de recursos. Com registros de atuação ao longo do último ano, em apenas dez meses a conta bancária por ele utilizada apresentou movimentação bancária superior a R$ 1,4 bilhão”, acrescentou a PF em comunicado.
A investigação é um desmembramento da Operação Colossus, em que foi verificado que uma das empresas controladas pelo investigado movimentou, entre os anos de 2017 e 2021, mais de R$ 13 bilhões entre créditos e débitos, sem apresentar registros de emissão de Notas Fiscais compatíveis com a movimentação bancária levantada, além de evidências de operação com dinheiro proveniente de tráfico de drogas e outros crimes.
Em dezembro de 2023, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou a Operação Medelín, ação que aconteceu em São Paulo (SP) contra uma quadrilha especializada em roubar criptomoedas após dopar as vítimas com o golpe conhecido com “boa noite, Cinderela”, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.