Em entrevista ao Valor, publicada nesta quinta-feira (9), o cofundador do Nubank David Vélez revelou que a empresa possui várias equipes de trabalho vinculadas a projetos de criptomoedas e blockchain e que o Nubank quer investir e focar nestas tecnologias disruptivas nos próximos anos, mas não quis dar detalhes sobre estes projetos. 

O empresário exaltou o potenciais das criptomoedas e da tecnologia blockchain, as quais ele classificou como fenômeno mais disruptivo do setor financeiro global ao longo dos próximos dez anos. O que, segundo ele, motivou a fintech a reservar 1% de seu balanço financeiro em Bitcoin. 

Ele argumentou que há muita ineficiência no setor financeiro e que os juros praticados pelo mercado para transferências de dinheiro de um país para outro são caros, o que pode ser superado pelas criptomoedas e pela blockchain, tecnologias que têm potencial de reduzir custos de serviços financeiros globalmente. 

O banqueiro, no entanto, alertou que há “muito ruído” no mercado de criptomoedas, “muito barulho e muito token que não faz sentido. Muita coisa que não faz sentido nenhum”, razões que levaram o banco a restringir os criptoativos ofertados aos clientes. No caso o Bitcoin (BTC) e o Ether (ETH), anunciados pelo Nubank no início de maio por meio de uma parceria com a Paxos.

Em relação ao investimento de 1% do caixa da empresa em criptomoedas,  David Vélez justificou que é uma demonstração de alinhamento do banco para com seus clientes, uma vez que as criptomoedas entraram no pacote de ofertas da fintech, embora o fato de a tecnologia ser muito nova represente um fator de impedimento para percentuais maiores em curto prazo. 

Regulamentação

Vélez, que no final de maio descartou demissões no Nubank e revelou que os  clientes estão abandonando a poupança para adotar criptomoedas, acrescentou que a regulamentação pode ser boa no sentido de dar luz a criptoativos consolidados no mercado. O que segundo ele não acontece com os Estados Unidos, que estariam muito atrasados nesta abordagem. Mas o empresário não escondeu que tem receio de o marco regulatório das criptomoedas no Brasil “errar não mão” e o peso da legislação “matar a inovação.”

Na última terça-feira (7), o relator do Projeto de Lei que regulamenta os “ativos virtuais no Brasil (PL 4401/2021) na Câmara dos Deputados, Expedito Netto (PSD-RO), sinalizou que o texto aprovado no Senado pode ter sido pesado demais em relação. O parlamentar acabou barrando a votação da propositura, pautada em regime de urgência, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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