Quem nunca ficou irado(a), ao menos por um segundo, com a birra de uma criança, que atire a primeira pedra.  A criação dos filhos está longe de ser um “mar de rosas” o tempo todo, embora as crianças sejam fonte de amor e alegria na vida dos pais que, se pudessem escolher, possivelmente escolheriam trocar os momentos de fúria acarretados pelas picardias infantis pelos de gargalhadas e carinho de suas fofuras. 

O que pode parecer um sonho poderá se transformar em realidade em um futuro próximo no metaverso. Trata-se das “crianças Tamagotchi”, que remonta por meio de avatares de crianças a filosofia por trás dos brinquedos que se transformaram em febre mundial na década de 1990, os “Tamagotchis”, que eram brinquedos que se comportavam como bebês ou bichinhos de estimação virtuais e demandavam cuidados diários de seus donos, em troca de carinho. 

Apesar de à primeira vista  parecerem mais uma moda passageira, os bebês digitalizados do metaverso devem ganhar importância na vida das famílias, segundo argumenta a perita britânica em inteligência artificial (IA) Catriona Campbell  no livro intitulado “AI by Design: A Plan For Living With Artificial Intelligence” (IA para o Design: Um plano para viver com inteligência artificial). Para ela, as “crianças Tamagotchi” são mais amigas do ambiente e representam a solução para a superpopulação no planeta. 

“As crianças virtuais podem parecer um salto enorme em relação a onde estamos hoje, mas dentro de 50 anos, a tecnologia vai ser tão avançada que os bebês que existem no metaverso serão indistintos daqueles que existem no mundo real”, explica a escritora no livro. 

Campbell afirma que o realismo dos pequenos avatares acontecerá na esteira do desenvolvimento tecnológico, que segundo dará a mesma sensação de um toque de uma criança real, por exemplo, além de possibilitar momentos como uma tarde no parque de diversão. 

“Já estamos a caminho de criar uma geração Tamagotchi que, para todos os propósitos, serão reais para os seus pais”, disse Campbell ao The Telegraph

Ao citar o projeto BabyX, da empresa neozelandesa Soul Machines, a especialista argumenta que o objetivo é humanizar a inteligência artificial e encorajar os humanos a interagir com estes robôs, no caso as “crianças Tamagotchi”.

Catriona Campbell acrescenta que o “cérebro” do BabyX é composto por algoritmos que conseguem distinguiu o que é bom e o que é mau, além de reagir às interações como uma criança real liberando, por exemplo, “dopamina virtual” de seu “cérebro” ao receber um elogio de seus pais, realidade que, por enquanto, poderia apenas motivar um episódio da série Black Mirror. 

As possibilidades elencadas pela especialista vão de encontro à outra questão levantada em relação ao metaverso. No caso uma possível conexão entre o cérebro humano e o computador, objeto de pesquisa da empresa de neurotecnologia Neuralink do bilionário Elon Musk. O que poderia  representar avanços como, por exemplo, comunicações neurológicas interrompidas por lesões espinhais. Mas que também poderiam, em tese, possibilitar a reprodução física, no cérebro das pessoas, de experiências vividas por seus avatares no metaverso, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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