Solana (SOL) e Sui (SUI) são as redes blockchain de camada 1 (L1s) de maior evidência no atual ciclo de alta do mercado de criptomoedas, mas seus tokens nativos não lideram o ranking de valorização do setor até agora em 2024.
Um relatório divulgado pela CoinGecko nesta quarta-feira, 27 de novembro, revela que os tokens da Mantra (OM) e da AIOZ Network (AIOZ) são os principais destaques do setor de infraestrutura para aplicativos descentralizados (DApps) e contratos inteligentes em 2024. Em comum, ambas as redes são dedicadas a nichos e casos de uso específicos da indústria de criptomoedas.
L1 de melhor desempenho em 2024, a Mantra é uma rede de tokenização de ativos do mundo real (RWA) cujo token valorizou mais de 7.000% desde janeiro, saltando de US$ 0,057 para atingir a máxima histórica de US$ 4,17 em 18 de novembro. Atualmente, o OM é negociado a US$ 3,54, de acordo com dados da CoinGecko.
Gráfico do OM em 2024. Fonte: CoinGecko
“Esse aumento pode ser atribuído em parte à parceria da Mantra com a Zand, um banco digital com sede nos Emirados Árabes Unidos que permite a tokenização de ativos do mundo real em conformidade com a Autoridade Reguladora de Ativos Virtuais (VARA) de Dubai", destacou o relatório.
A outra razão por trás da alta do OM é o crescente interesse de instituições financeiras do mercado tradicional em oferecer seus fundos monetários e títulos no ecossistema de blockchain e criptomoedas, integrando-os às tecnologias emergentes do setor de DeFi (finanças descentralizadas).
Em alta de 427,6% no acumulado do ano até agora, a AIOZ Network é uma rede DePIN (infraestrutura descentralizada) que oferece soluções de inteligência artificial (IA), armazenamento de dados e streaming para aplicações da Web3.
Gráfico da AIOZ em 2024. Fonte: CoinGecko
“A rede descentralizada de distribuição de conteúdo da plataforma tem tido uma adoção crescente, impulsionada por melhorias contínuas em seu ecossistema", afirmou a CoinGecko.
O modelo econômico da AIOZ Network recompensa os usuários da rede pelo compartilhamento de recursos computacionais para armazenamento, transcodificação e transmissão de conteúdos digitais e poder de processamento para sistemas de IA descentralizados.
Um pouco abaixo, com o terceiro melhor desempenho anual até o momento, a Sui acumula ganhos de 388,2%, impulsionados pela expansão consistente de seu ecossistema, segundo a CoinGecko:
“O SUI se beneficiou do aumento da tração de seu ecossistema, incluindo lançamentos inovadores de DApps [aplicativos descentralizados] que capitalizam seu potencial de escalabilidade e os recursos amigáveis aos desenvolvedores.”
Recentemente, a Sui anunciou a implementação de soluções de staking de Bitcoin e o lançamento da stablecoin USD Coin (USDC) em sua rede. Ambas as iniciativas expandem os casos de uso da blockchain, posicionando-a como a principal rival da Solana entre as L1s emergentes.
Entre as criptomoedas de grande capitalização de mercado, os demais destaques de 2024, segundo o relatório, são a Toncoin (TON), com valorização de 136,2%, a Solana, com 134,3%, o Bitcoin (BTC), com 112,9% e a Binance Coin (BNB), com 97,9%.
Ranking de valorização dos tokens de L1s em 2024. Fonte: CoinGecko
Ethereum e Avalanche decepcionam
O desempenho inferior da Ethereum (ETH) na comparação com alguns de seus principais concorrentes no setor de L1s também é mencionado. Em alta de 34,9% em 2024, o Ether não apenas decepcionou em termos de preço, como testemunhou o declínio de sua participação de mercado desde as mínimas de 2022, ressaltou o relatório:
“A dominância da Ethereum no espaço cripto vem diminuindo lentamente ao longo dos anos, com o surgimento de novas redes de camada 2 e outras blockchains, apesar do lançamento dos ETFs Spot de Ether nos EUA.”
O principal destaque negativo do relatório, no entanto, fica por conta da Avalanche (AVAX). A rede de contratos inteligentes que foi um dos destaques do ciclo de alta de 2020-2021 é a única entre as 10 maiores blockchains em capitalização de mercado cujo token registra um desempenho negativo em 2024: -9,9%.
O relatório da CoinGecko analisou o desempenho dos 100 principais tokens de L1s no período entre 1º de janeiro e 18 de novembro.
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, a correção do Bitcoin após a rejeição nos US$ 100.000 pode ter marcado o topo da dominância da maior criptomoeda do mercado no atual ciclo de alta, abrindo caminho para o início da altseason.