Há uma grande distância entre oportunidade de mercado e oportunismo, sendo que, em linhas gerais, a primeira diz respeito à exploração mercadológica de um momento, de uma condição social ou um acontecimento pontual para a oferta de um produto, serviço, investimento ou alguma outra coisa. A segunda pode ser sintetizada como obtenção de vantagem, normalmente em detrimento de outra pessoa, algum grupo ou até mesmo uma instituição. 

No mercado de criptomoedas, caracterizado pela volatilidade e pela pluralidade de projetos, uma linha tênue pode separar a oportunidade do oportunismo, principalmente quando alguns investidores distraídos encontram o segundo, acreditando que se depararam com a primeira.

Possivelmente esse foi o caso dos apostadores do FINU, token da memecoin da autodenominada Fifa Inu, apesar de o desconhecido projeto, ocupante da 4418ª colocação no ranking, detentor de uma autoproclamada e não verificada capitalização de mercado de US$ 604 mil, não possuir qualquer relação oficial com a Federação Internacional de Futebol (FIFA).

No final da madrugada desta terça-feira (25), o FINU aparentemente conseguiu atrair investidores ao publicar no Twitter o que parecia ser uma mensagem de listagem na exchange de criptomoedas Binance, parecia. Isso porque, ao abrir a publicação, era possível identificar um comunicado padrão da exchange sobre o token, que não estava listado na plataforma, apesar do estardalhaço dos promotores do criptoativo.

Isso porque o FINU foi criado na BNB Chain, a rede blockchain do ecossistema da Binance, e a mensagem dizia respeito aos procedimentos de conexão da carteira digital às exchanges descentralizadas (DEX), em caso de negociação do token. 

Mesmo assim, o mapeamento indicava que o FINU foi responsável por pouco mais de US$ 20 mil em negociações nas últimas horas, período em que chegou a registrar um pico de 70%, embora o token apresentasse queda diária de 10% no período da tarde. 

Gráfico diário do par FINU/USD. Fonte: CoinMarketCap

Por sua vez, a página do FINU na plataforma de monitoramento do CoinMarketCap apresentava uma mensagem de que os desenvolvedores do contrato inteligente têm autoridade para modificar a taxa de transação do token, de acordo com o detector de segurança Gopluslabs. 

Quem também promoveu um projeto duvidoso inspirado na Copa do Mundo foi o ex-camisa 10 da seleção brasileira Ronaldinho Gaúcho. Já no campo da oportunidade de mercado, o fan token da seleção brasileira subiu 61% nos últimos 30 dias com a aproximação da Copa do Mundo, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

LEIA MAIS: