Líderes da FX Trading, Unick Forex, Indeal, Zero10 e King Investimentos já teriam participado de diversas outras supostas pirâmides financeiras, conforme aponta  excelente reportagem de Renato Jakitas, publicada em 16 de julho pelo jornal O Estado de São Paulo.

De acordo com a publicação, líderes e criadores de diversos supostos esquemas que usam Bitcoin e criptomoedas para, supostamente, aplicar golpes no Brasil, já estariam envolvidos em outras pirâmides finananceiras condenadas pela Justiça como o Telexfree e Bitconnect.

A reportagem aponta que essas empresas estariam na mira do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Procuradoria da Fazenda Nacional e, com a ajuda, de um grupo anônimo de hackers formado por integrantes do mercado de criptomoedas identificou mais de 50 empresas do gênero em atividade pelo Brasil no momento.

"Com base em decisões recentes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cruzando com investigações em curso pela Polícia Federal e denúncias do Ministério Público, a reportagem chegou a sete dessas empresas. Todas são tocadas por empresários já conhecidos pela polícia, com histórico de envolvimento em outras piramides financeiras", aponta a reportagem.

Um infográfico feito pela reportagem aponta que:

"Philip Wook Han e Carla Moreira Han, responsáveis pela FX Trading tiveram passagem por 3 empresa (iFreex, Mr. Link e WCM 777)

Já Oziel Rodrigues e Alan Souca da Good Drean tiveram passagem por 8 empresas, (19, D9Club,Minerworld, Mister Colibir, Neonn Corporation, Telexfree, Univerteam e Unick Forex)

No caso da Indeal, Regis Lippert Fernandes, Ângelo Ventura Silva, Marcos Antônio Fagundes, Tássia Fernanda da Paz e Francisco Daniel Liam de Freitas, também passaram por Bboom, D9 club, Minerworld e Mister Colibir

Mateus Pedro da Silva Ceccato e Agnaldo Bergamin de Jesus da King Investimetnos e Bentley também passaram por BBoom, D9 Club, Minerworld e Mister Colibir

James Batista ou Tiago Bastista da Nasdacoin teve passagem pelo BitConnect, Game Loot Network e SwissGolden

No caso da Unick Forex, Leidimar Bernando Lopes também seria fundador da Dome Assistência e da Phoner que vendia cotas e uma mangueira que prometia poupar combustível e resultou em algumas prisões no Rio Grande do Sul.

Sobre a Zero10 a reportagem revolou que Nivaldo Gonzaga dos Santos, responsável pela Zero10 também passou pela BBoom, Mister Colibir, Paymony e Telexfee"

A reportagem destaca ainda que as autoridades estimam que esses negócios movimentam algumas dezenas de bilhões de reais e que teriam arregimentado, pelo menos, 4 milhões de pessoas."Apenas uma dessas empresas, a FX Trading, contava, segundo a própria empresa, com quase 2 milhões de investidores no final de junho"

Segudo a publicação Nivaldo Gonzaga dos Santos, da Zero10, possui dois CPFs (125.182.688-12 e 263.052.278-45) e responde a processo por estelionato e furto em Mato Grosso do Sul e "Numa tentativa de despistar as autoridades, ele está finalizando as atividades da Zero 10. No lugar, recentemente lançou a empresa Tree Parts, que opera no mesmo endereço, com os mesmos telefones e com esquema parecido"

Em nota enviada ao Cointelegraph a Zero10 declarou que:

"Diferentemente do que foi publicado pelo Estadão e reproduzido pelo site Cointelegraph, Nivaldo Gonzaga dos Santos nunca participou das empresas citadas como pirâmides. Ele começou a vida como servente de pedreiro e atuou como comerciante na área de colchões"

fonte: Infográfico jornal Estado de São Paulo; autoria: Bruno Ponceano

Como reportou o Cointelegraph, oTribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), determinou que diversas autoridades do Brasil, entre elas a Polícia Federal, o Ministério Público e o COAF, passem a investigar réus em um caso envolvendo um suposto golpe aplicado com Bitcoin e criptomoedas.