Uma matéria do Domingo Espetacular, da TV Record, expôs o tamanho do prejuízo deixado pela pirâmide de Bitcoin GenBit no Brasil: R$ 1 bilhão de lucros e 45.000 clientes prejudicados, segundo o Ministério Público.
A Genbit é suspeita de ser mais uma empresa que oferecia supostos investimentos em Bitcoin prometendo rendimentos irreais, apostando na falta de conhecimento para aplicar golpes e fraudes.
O líder da Genbit, Nivaldo Gonzaga dos Santos, e seu enteado, Gabriel Barbosa, sumiram depois que o escândalo estourou, no começo deste ano, com o Ministério Público pedindo bloqueio de R$ 1 bilhão nos bens da empresa. Os dois teriam deixado a sede da empresa, em Campinas (SP), com móveis e documentos dentro, e desaparecido.
Os lucros prometidos pela empresa eram entre 5% e 15% ao mês. Um casal ouvido pelo R7 diz que perdeu R$ 64.000 nas mãos de Nivaldo Gonzaga, que prometia 50% de lucros em três anos.
Ao cumprir o bloqueio de valores, Justiça não encontrou bens ou valores nos nomes dos suspeitos de liderarem o esquema. O Ministério Público pediu quebra dos sigilos fiscais e bancários para rastrear o dinheiro.
O promotor Eronides Aparecido Rodrigo dos Santos relata o modus operantis do dono da Genbit.
"[Nivaldo] é capaz de identificar os pontos fracos de sua vítima. Ele lida com o sonho, com a figura imaginária que cada um tem de riqueza e de conforto para si e sua família."
A Polícia Federal investiga a Genbit por lavagem de dinheiro, estelionato, formação de organização criminosa e crime contra o sistema financeiro.
O advogado do líder da Genbit, Rainaldo Oliveira, diz na matéria que a empresa não é uma pirâmide financeira e que os clientes teriam recebido pagamentos em "moedas virtuais":
"O que é que nós temos para dar pra constrição, para penhora? Títulos digitais. É isso que a empresa negocia. Então, esses ativos digitais estão disponíveis para a Justiça a qualquer tempo como demonstração inequívoca de que a empresa não buscou prejudicar ou criar uma estrutura fraudulenta dolosa contra seus clientes."
A Genbit no começo deste ano disse que "converteu" - sem aviso prévio - os fundos dos clientes, antes em Bitcoin, no desconhecido Treep Token, uma suposta criptomoeda sem liquidez e que não é listada em nenhuma exchange do mundo além da plataforma da empresa, hoje desativada.
Os TPKs causaram revolta nos clientes, por não possuírem qualquer valor de mercado. O Bitcoin vale nesta terça-feira cerca de R$ 56.000.
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