O PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Brasil é uma das grandes promessas do Banco Central para 2020.
Considerado como disruptivo para o Sistema Financeiro Nacional o PIX pode ajudar a acabar com as operações de TED e DOC e até diminuir o uso do dinheiro físico.
Porém, segundo revelou o portal O Antagonista, antes de seu lançamento em dezembro, o PIX pode estar envolvido em uma trama ligada a família Bolsonaro.
Queiroz
Segundo a publicação, o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, que protegia Fabrício Queiroz em Atibaia, teria feito lobby junto ao BC para que sua ex-mulher ficasse responsável pela criptografia do PIX.
Querioz é acusado de ser um espécie de "laranja" da familia do presidente e estaria envolvido em vários crimes.
Porém, investigado, Queriroz tinha seu paradeiro desconhecido até ser encontrado em um sítio em Atibaia que pertence a Wassef.
Sobre a relação entre o caso e o Banco Central a publicação destaca que Wassef manteve longo relacionamento com a empresária Maria Cristina Boner Leo.
A empresária, por sua vez, teria feito fortuna fornecendo soluções tecnológicas ao setor público e bancário.
Porém, devido ao seu relacionamento com o setor público chegou a ser denunciada na Operação Caixa de Pandora
A operação investiga esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público para partidário do DEM.
Assim, o portal destaca que a empresária passou a colocar suas empresas em nome das filhas para fechar novos negócios.
Lobby
Contudo, segundo a reportagem, embora Maria Cristina tenha se separado de Wassef no início do governo Bolsonaro, o casal ainda seria parceiro em negócios.
"(...) interlocutores garantem que o casal mantém a parceria nos negócios e que Wassef usaria sua influência junto ao presidente para abrir o cofre.", disse.
De fato, a Dinamo Networks, empresa que está no nome da filha de Maria Clara, Bruna Boner Leo, foi selecionada para fornecer 22 módulos de segurança criptográfica do novo sistema de pagamentos instantâneo (PIX) do BC.
Como mostrou o Cointelegraph, a escolha da Dínamo foi feita em janeiro deste ano.
"Além do Banco Central, a Dínamo também entrou no Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), fornecendo HSM para certificação digital. E na Caixa, com “serviços de suporte técnico, manutenção e atualização tecnológica para os equipamentos criptográficos HSM e suas respectivas licenças do módulo EFT”, destaca O Antagonista.
Dinamo Networks
Na licitação vencida pela Dínamo o Banco Central comprou 22 equipamentos HSMs - Hardware Security Module (HSM).
Em janeiro, BC já teria recebido oito destes equipamentos para iniciar os testes do sistema.
Os HSM comprados pelo BCB devem garantir segurança e a escalabilidade das transações que devem ocorrer 24/7 com tempo de confirmação máximo de 3 segundos.
Até a publicação desta reportagem, nem a Dínamo nem o BC se pronunciaram sobre a licitação.
Blockchain
Independente dos relacionamentos da Dínamo a empresa também vem atuando com soluções em blockchain.
Assim, em parceria com a GoLedger, anunciou uma solução com a tecnologia em outubro de 2019, a LGPDGO.
A solução assina, integra, audita e responde junto com os cofres digitais (HSMs) por todas as autorizações no uso de dados pessoais por empresas ou holdings de qualquer setor, gravando a trilha de consentimento dos usuários, atendendo a LGPD.
Embora a solução possa ser integrada aos softwares da Dinamo, como os que o Banco Central do Brasil usará, o sistema de pagamentos instantâneos não deve adotar a iniciativa já que o BCB desenvolveu padrões próprios para a iniciativa.
Já no caso da LGPDGo é a união de uma solução em blockchain do tipo privado e permissionado, desenvolvida pela GoLedger, nativamente integrada com os HSMs da DINAMO Networks, que permitem que as assinaturas das transações do blockchain sejam realizadas por chaves de segurança armazenadas em um hardware de segurança exclusivo para as operações.
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