O mercado de Bitcoin e criptomoedas começou a semana agitado com o BTC recuperando parte de sua desvalorização da semana passada e subindo quase 20% em um dia. O movimento de alta no BTC foi acompanhado pelas outras criptomoedas, com o BNB subindo acima de 40%.
No entanto, embora especialistas apontem que o mercado de criptoativos não é correlacionado com o mercado tradicional, é preciso ficar atento ao que ocorre fora o universo cripto pois, indiretamente, o movimento dos preços nos criptoativos recebe certa influência das finanças tradicionais.
Assim, segundo José Giraz, analista de mercado financeiro e diretor da Skilling para LATAM, após uma semana vertiginosa, o dólar americano fecha a sessão registrando baixa de quatro meses após as expectativas de mudanças na política monetária do Federal Reserve dos Estados Unidos diluídas nas últimas horas.
Segundo ele a entidade monetária, a alta da inflação deve-se principalmente a fatores transitórios e não merece ação imediata no momento.
"Os anúncios do Fed inviabilizam um possível aumento nas taxas de juros de referência no curto prazo. Muito provavelmente, antes de aumentar o valor de referência do dinheiro, eles primeiro normalizarão ou reduzirão os planos de estímulo como uma medida para evitar o superaquecimento da economia", disse.
Dolar e ouro
Giraz destaca que outros fatores que têm impulsionado algumas das principais contrapartes do dólar, como o euro, têm sido o relaxamento de restrições na Europa, como a abertura de fronteiras, que tem beneficiado os setores de serviços da Alemanha e da França.
Ele pontua também que para esta semana, todos os olhares estarão voltados para os números do PIB do primeiro trimestre da Alemanha onde o mercado espera uma contração do motor econômico da Zona do Euro de 1,7% e alguns dados de confiança, manufatura e industrial dos Estados Unidos que definirão o tom para a semana do dólar.
Já sobre o ouro, ele destaca que o metal precioso segue com a alta que começou no dia 13 de maio, fechando pela terceira semana consecutiva em alta.
"O que sustentou o preço do ouro foi a relutância do Fed em fazer mudanças em suas políticas monetárias. Lembre-se de que o ouro é um ativo porto-seguro, principalmente quando confrontado com riscos inflacionários. No mercado, os investidores visam a meta de US $ 1.900.", afirma.
Giraz também destaca que em relação ao petróleo, o ouro negro se recuperou após três sessões em baixa, após os investidores terem visto positivamente os anúncios das autoridades iranianas de que se preparavam para reativar sua produção depois que as negociações com outros potenciais globais avançassem para reviver o acordo nuclear feito em 2015.
"Continuamos a recuperar parte do terreno perdido, as resistências a considerar são encontradas em 63,72 e 64,57", destaca.
Moedas nacionais
Já o real foi negociado lateralmente, com ligeiras perdas semanais (0,71%). Em um mês, as quedas foram moderadas, perto de 2,5%. Os fatores que continuam a impactar o real são Covid-19 e números econômicos decepcionantes. Para esta semana, o foco estará na taxa de desemprego e no IPC de maio.
"Os limites máximos para esta semana são de 5,36 e 5,46 reais por dólar", disse.
No caso do peso mexicano, segundo Giraz, a moeda local se desvaloriza levemente no último dia da semana devido às perspectivas de que nos EUA não haja mudanças na política monetária.
"Para esta semana, espera-se uma bateria de dados macroeconômicos que vão gerar impacto sobre o peso, entre eles se destacam a balança comercial, a taxa de desemprego e o PIB do primeiro trimestre", afirma.
Ainda segundo ele, no mercado, a perspectiva é de um crescimento de 3,1% nos primeiros três meses de 2021. Se confirmado, o peso pode sair em busca de resistência, localizado em 20,07.
Ja no caso do peso colombiano a moeda local desvalorizou 0,3% nesta sexta-feira e mais de 1% em uma semana depois que a agência de classificação de risco S&P Global Ratings rebaixou sua classificação de títulos “lixo”.
"No mercado, a expectativa é de que a Fitch Ratings também siga o mesmo caminho nos próximos meses por conta da instabilidade econômico-social e da redução dos gastos fiscais por conta dos estragos da pandemia. Em alta, as metas estão em 3.748 e 3.849 pesos por dólar", finaliza.
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