As plataformas digitais de empréstimos no Brasil tiveram um crescimento robusto durante a pandemia de coronavírus, com a demanda crescendo até 50%, segundo o Valor Econômico.
Na matéria desta segunda-feira, o portal econômico revela que as empresas viram a demanda crescer especialmente no mercado de Pequenas e Médias Empresas (PMEs), que têm maior dificuldade de acessar os aportes governamentais e ter empréstimos aceitos em instituições tradicionais.
A plataforma de empréstimos em P2P Nexoos, por exemplo, teve demanda 50% maior entre marçoe abril, segundo o CEO Daniel Gomes. Ele diz que o ritmo desacelerou nos meses seguintes, mas ainda segue alto comparado ao período pré-pandemia:
"Está claro que crédito é uma das principais soluções para apoiar as pequenas empresas enquanto a economia não volta ao que era"
Segundo ele, a inadimplência dos clientes da fintech, criada em 2015, não subiu. A empresa oferece empréstimos a PMEs com faturamento de pelo o menos R$ 250.000 ao ano, chegando a atender mais de 300 mil empresas desde a fundação.
Já outra fintech de empréstimos, a BizCapital, teve alta de 35% nos meses de fevereiro e março. Com a pandemia instalada no país, a demanda continuou crescendo, mas em menor ritmo, segundo o sócio-fundador Francisco Ferreira.
Em abril, maio e nas primeiras semanas de junho, a BizCapital já havia gerado R$ 20 milhões em crédito, crescimento de até 20% se comparado ao mesmo período de 2019.
A alta demanda também faz com que as fintechs tenham que adaptar sua estrutura, com a BizCapital tendo que inclusive criar uma fila de espera para as PMEs interessadas em crédito. A empresa já liberou, desde sua fundação, em 2016, mais de 7.000 empréstimos.
A matéria também aborda a plataforma Weel, que viu crescimento de 120% em março, abril e maio, em comparação com 2019. A fintech adotou uma abordagem mais seletiva para o crédito, priorizando empresas com faturamento anual a partir de R$ 5 milhões.
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Em seis anos, a Weel já atendeu 14.000 empresas, com R$ 800 milhões em crédito já antecipados para PMEs.
E finalmente, outra fintech, a a55, que opera com crédito para empresas de empresas com receita recorrente, não tem conseguido lidar com a demanda, que tem sido maior do que a capacidade da fintech de liberar crédtio.
A fintech já liberou R$ 100 milhões em crédito no Brasil desde 2018, com 350 operações realizadas junto a 50 empresas.
O cofundador da startup, André Wetter, diz que pretende ampliar a equipe para atender aos clientes:
"Com o mercado retomando, conseguiremos expandir o time e a capacidade para dar conta da demanda"
Como noticiou o Cointelegraph Brasil, o crédito é um dos gargalos das ações do governo federal para atenuar os impactos econômicos durante a pandemia de coronavírus. O governo não tem conseguido capilaridade para levar as linhas de crédito para PMEs, e promete novas ações em breve para o setor.