Negociado em torno de US$ 100,2 mil no início da tarde desta terça-feira (4), quando as criptomoedas operavam em alta de até 97%, o Bitcoin (BTC) percorria um rali antevisto no dia anterior pela Santiment. Em nova análise sobre o BTC, a plataforma de inteligência onchain observou que, “às vezes, tudo o que é preciso é alguma volatilidade de mercado para apimentar os mercados e trazer os níveis de negociação de volta para cima”. 

A empresa se referia ao alto volume de liquidações de traders alavancados nas últimas horas, que, no dia anterior, abateram US$ 2,2 bilhões em posições a descoberto em criptomoedas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar um decreto impondo um “tarifaço” sobre importações do México, Canadá e China. Na ocasião do banho de sangue do Bitcoin, a Santiment observou uma queda enorme nos juros em aberto e grandes picos nas liquidações. 

“Quando o Bitcoin caiu abaixo de US$ 92 mil nas primeiras horas de segunda-feira, o pânico se instalou e grandes liquidações ocorreram nos níveis mais altos em seis meses”, pontuou a análise, acrescentando o recuo em US$ 25 em futuros de Bitcoin nas exchanges, menor nível desde 11 de novembro.

A Santiment salientou que “essas quedas, embora possam parecer contraintuitivas, são realmente saudáveis ​​para os mercados de criptomoedas no longo prazo”.

“As quedas ajudam a reduzir o excesso de mercado, eliminam mãos fracas e estabelecem uma base mais estável para o crescimento futuro dos preços. A redução nas posições alavancadas pode realmente ajudar a reduzir a volatilidade, algo com que os mercados de criptomoedas têm lidado bastante desde a posse de Trump algumas semanas atrás”, observou a publicação.

Ao lembrar a associação existente entre o aumento da liquidação de traders alavancados e a queda dos juros em aberto do mercado de futuros, a Santiment citou como exemplo a liquidação de Wrapped Bitcoin (WBTC), que funciona como garantia a empréstimos feitos em protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), quando o empréstimo se torna muito arriscado ao credor.

“Quando você faz um empréstimo em uma plataforma de empréstimo DeFi como Aave, MakerDAO ou Compound, você tem que bloquear WBTC para respaldar o empréstimo. Se o preço do WBTC cair e o credor achar que você pode não conseguir pagar o que pegou emprestado, ele venderá automaticamente parte ou todo o seu WBTC para cobrir o empréstimo. Esse processo é chamado de liquidação”, explicou a análise.

Essa venda forçada das plataformas para evitarem perdas decorrentes dos empréstimos, salientou a publicação, protegem o sistema e “geralmente fazem com que os mercados de criptomoedas se recuperem porque criam uma cascata de vendas forçadas, seguidas por uma repentina falta de pressão de venda e um influxo de compradores oportunistas”.

No radar das possíveis quedas também estão as seis criptomoedas com risco de derreter pelo aumento de oferta em até 24%, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.