Agentes da 38ª Delegacia de Polícia Civil (DP) Brás de Pina prenderam nesta quarta-feira (16) o investidor de criptomoedas Pablo Henrique Borges, de 28 anos. Ele estava escondido em uma ilha particular de Angra dos Reis (RJ), na região da Costa Verde. Pablo teria fugido para o litoral fluminense na última segunda-feira (14) após deixar sua mansão no Morumbi, na zona sul de São Paulo, horas antes da chegada da polícia, que na ocasião deflagrou a “Operação Cabeça de Cobra 2” a fim de cumprir mandados de busca e apreensão e de prisão de Pablo e outras quatro pessoas, suspeitos de envolvimento no assassinato de dois integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), em dezembro do ano passado. 

Encontrado em uma mansão de R$ 15 mil a diária, Pablo teria participação nos assassinatos do traficante internacional Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Magrelo”, e do motorista dele, Antonio Corona Neto, o “Sem Sangue”, mortos com dezenas de tiros em uma emboscada, que aconteceu no bairro Tatuapé, zona leste da capital paulista. Também estaria envolvido o corretor de imóveis Vinícius Lopes Gritzbach, preso na última semana segundo informações da Band Uol.

Outro suspeito é o agente penitenciário David Moreira da Silva, que teria contratado Noé Alves Shaun, suposto executor do crime, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil

Segundo a Band Uol, Noé acabou assassinado pela organização criminosa dias depois da morte de Fausta, que também era conhecido por “Cara Preta.” Os corpos de Noé e de uma segunda pessoa foram encontrados decapitados e as cabeças foram deixadas em uma praça no bairro Tatuapé junto com bilhetes que sugeriam um acerto de contas do PCC pela morte de Fausta. Segundo as investigações, Noé matou o líder da facção criminosa acreditando se tratar de um agiota. 

De acordo com informações publicadas pela IstoÉ, os outros suspeitos de envolvimento nos assassinatos de “Magrelo” e “Sem Sangue” seguem foragidos. Entre eles o empresário do ramo do futebol Danilo Lima de Oliveira, o Tripa; o proprietário de uma hamburgueria Robinson Granger de Moura, o Molly; e o investidor no mercado financeiro Rafael Maeda Pires, o Japa. 

Lavagem de dinheiro do PCC

Segundo uma publicação do portal G1, as investigações da Polícia Civil também apontam Pablo e a empresa dele, E-Price Capital Participações,  como braço financeiro do PCC por meio de lavagem de dinheiro com  Bitcoin (BTC)

Em 2017, Pablo  foi preso por suspeita de envolvimento com a organização criminosa por meio de um esquema de  “pagamentos de boletos com 50% de desconto”. Neste caso, as quitações eram feitas pela quadrilha a partir de invasão de contas bancárias em troca do recebimento da metade do valor dos boletos por parte de seus respectivos devedores, golpe que teria causado um rombo de R$ 400 milhões.

No caso dos assassinatos, a contenda entre Pablo e o PCC teria começado a partir do sumiço de US$ 100 milhões em criptomoedas (as informações iniciais davam conta de R$ 200 milhões) entregues por Fausta, que teria tentado reaver sem sucesso o investimento. Além dele e de “Sem Sangue”, o assassinato de Cláudio Marcos de Almeida, o Django, em janeiro deste ano, também estaria ligado ao sumiço das criptomoedas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

 

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