As redes nacionais de educação e pesquisa do Brasil e de mais 10 países da América Latina se uniram para assinar um acordo que prevê a criação de uma rede de blockchain única para garantir a autenticidade de diplomas, identidade digital, certificação digital, entre outros.
Assinaram o acordo de cooperação e desenvolvimento de uma rede em blockchain os membros da Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas (RedCLARA). A assinatura do acordo foi realizada nesta segunda-feira (14/2), em evento transmitido pela RedCLARA, conduzido pelo diretor executivo de CEDIA, Juan Pablo Carvallo; e o diretor executivo de RedCLARA, Luis Eliécer Cadenas.
As instituições signatárias do acordo são CEDIA (Equador), CUDI (México), RAGIE (Guatemala), RAU (Uruguai), RedCONARE (Costa Rica), REUNA (Chile), RENATA (Colômbia), REDNESAH (Honduras), RNP (Brasil), RUNBA (Nicarágua) e RedCLARA.
Além disso, na ocasião, foram apresentados os benefícios que essa iniciativa trará para a comunidade acadêmica e científica das redes integrantes de RedCLARA, bem como casos de uso de blockchain no contexto das universidades e centros de pesquisa na América Latina.
Durante o evento, Andres Moya, pesquisador de Informática e Computação da Universidade de la Serena, no Chile, apresentou um caso de uso de como a blockchain pode ser um instrumento para a transformação digital da instituição e de diferentes instituições da América Latina
“Blockchain irá permitir que as universidades consigam cuidar da identidade digital dos membros de sua comunidade. Ou seja, teremos a segurança e a certeza de que o que estamos construindo tenha validade ou certificação em algum lugar”, afirmou.
Pelo Brasil, o gerente de serviços da RNP, Rodrigo Azevedo, apresentou o caso de uso do serviço Diploma Digital, que utiliza a tecnologia blockchain para registrar, autenticar e preservar os diplomas emitidos pelas instituições de ensino superior no Brasil, evitando assim fraudes nesses tipos de documento.
MEC adota blockchain
Sobre o uso de blockchian para garantir autenticidade de diplomas, caso citado por Rodrigo Azevedo no encontro, no final do ano passado o Ministério da Educação anunciou uma parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio do Laboratório Bridge, para o lançamento em 2022 de uma aplicação que irá permitir a diferentes instituições de ensino registrar e consultar o histórico escolar de um aluno com a tecnologia blokchain.
Chamado de Jornada do Estudante a proposta do MEC é que a aplicação contenha dados pessoais do estudante, institucionais, cursos e disciplinas, além dos documentos digitais, como o histórico escolar digital ou diploma digital, além de permitir o compartilhamento dos documentos assinados eletronicamente.
Embora o MEC não tenha revelado muitos detalhes do funcionamento da aplicação, segundo divulgou o Ministério a tecnologia blockchain deve ser usada para garantir a interoperalibilidade das informações já que diversas instituições vão alimentar o sistema com dados sobre o aluno.
A proposta é que a primeira versão do aplicativo será disponibilizada na loja do Gov.br ainda no primeiro semestre de 2022, além da implementação da plataforma centralizadora de integração das instituições de ensino, definição dos padrões de interoperabilidade da educação e do conjunto mínimo de dados do estudante brasileiro.
Ainda segundo o MEC a Jornada do Estudante faz parte do escopo da Rede Aprender, que tem como proposta implementar a plataforma de interoperabilidade da educação brasileira.
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