O mercado de criptomoedas avançava a um market cap de US$ 2,95 trilhões (+6,4%) na manhã desta quarta-feira (23), quando o Bitcoin (BTC) era transferido em torno de US$ 93,5 mil (+5,6%) com avanço acumulado semanal de 11,7%, dominância de mercado a 63,4%, sentimento dos investidores em região neutra (52%) e a maioria das altcoins em alta, de até 160%.
O avanço dos preços se correlacionava à forte recuperação das bolsas no dia anterior, quando os índices S&P 500 e Nasdaq, historicamente associados ao desempenho do Bitcoin, encerraram em respectivos 5.287,76 (+2,51%) e 16.300,42 pontos (+2,71%).
O movimento otimista sucedeu declarações do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, relacionado a um possível fim na guerra de tarifas alfandegárias iniciada pelo presidente Donald Trump, embate comercial que ganhou proporções maiores em relação à China.
Durante um evento fechado com investidores organizado pelo JP Morgan em Washington, Bessent disse que, na prática, as tarifas dos dois países, impostas um ao outro, equivalem a um embargo comercial e que esperava pela abertura de um acordo, em breve. Mais tarde, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, revelou que as tratativas para um acordo entre os dois países avançaram.
“Estamos indo muito bem em relação a um potencial acordo comercial com a China. O presidente e a administração estão preparando o cenário para um acordo (…), a bola está se movendo na direção certa”, disse.
A alta dos mercados também sucedeu o recuo de Trump em relação a ameaças feitas nos últimos dias de demissão do Chair do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Em novas declarações feitas na terça-feira, o republicano dieclarou que não tem e nunca teve intenção de demitir o presidente do banco central dos EUA.
A pressão compradora de criptomoedas coincidia com o recuo do Volatility Index (VIX), calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, conhecido como índice do medo, a 28,23 pontos (-16,53%). Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em negociação à vista (spot) de Bitcoin avançaram em líquidos US$ 936,43 milhões, enquanto os ETFs baseados em Ethereum (ETH) recuaram em líquidos US$ 38,74 milhões, segundo dados da plataforma SoSoValue.
As plataformas de monitoramento apontavam pressão de compra de Bitcoin nas exchanges de criptomoedas pelas baleias, porém os investidores precisam ficar atentos porque o movimento de entrada de grandes carteiras pode não ser o único catalisador do rali do Bitcoin. De acordo com a plataforma Coinglass, a pernada de alta de BTC e das principais altcoins foi sucedida da liquidação de US$ 650 milhões em posições de traders alavancados nas últimas 24 horas.
A maior fatia, US$565 milhões, era de posições vendidas (short), ante US$ 85 milhões em posições compradas (long). Na prática, a predominância massiva de posições vendidas força um short squeeze, que consiste num movimento de recompra a preços maiores por esses tomadores de empréstimos, que esperavam lucrar na recompra da queda que não aconteceu. Essa compra forçada (short squeeze) tem o objetivo de evitar perdas maiores, pela liquidação da garantia do empréstimo, mas pode forçar a uma alta maior nos preços, razão pela qual os investidores precisam ficar atentos a possíveis movimentos corretivos.
Apesar do rali, o índice altseason, que mede o nível de rotação de capital para os principais tokens em capitalização de mercado, encontrava-se recuado a 14 pontos. Em relação às principais altcoins em capitalização de mercado, o XRP avançava a US$ 2,27 (+8%), o FARTCOIN era trocado por US$ 1,16 (+9,9%), o OP representava US$ 0,75 (+9,8%), o ARB valia US$ 0,33 (+9,9%), o ADA alcançava US$ 0,70 (+9,6%) e o JTO pareava US$ 1,88 (+9,5%).
Quanto às altas de dois a três dígitos percentuais, o DEEP disparava a US$ 0,20 (+69,5%), o IMX se convertia em US$ 0,63 (+38,5%), o SUI era trocado por US$ 2,88 (+25,4%), o TURBO acelerava a US$ 0,0044 (+82%), o AI16Z atingia US$ 0,18 (+38,7%), o BRETT chegava a US$ 0,047 (+37,5%), o AIC valia US$ 0,31 (+38%), o ALCH representava US$ 0,21 (+35,9%), o BIO se convertia em US$ 0,077 (+42,2%), o AIXBT era trocado por US$ 0,11 (+40%), o ZEREBRO estava precificado em US$ 0,071 (+160%), o NEIRO representava US$ 0,063 (+119%) e o AVA era vendido por US$ 0,045 (+47%).
Entre as novas listagens em exchanges de criptomoedas estavam FHE na Huobi, INIT e CLANKER na Kucoin, ZORA e SKAYAI na Phemex, CLANKER na Coinbase, PLUME na Kraken e EPT na Biconomy.
No dia anterior, a dominância do Bitcoin avançava e as criptomoedas subiam até 65% com fraqueza do dólar após ameaças de Trump a Powell, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.