O mercado de criptomoedas respondia por um market cap de US$ 2,65 trilhões (-0,5%) na manhã desta sexta-feira (4), quando o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 82,6 mil (-0,5%) com dominância de mercado a 62,1%, sentimento de medo dos investidores (25%) e a maioria das principais altcoins em baixa, apesar do avanço de alguns tokens em até dois dígitos percentuais.

Apesar de recuado, o BTC apresentava recuperação intradiária porque a criptomoeda chegou a esbarrar no suporte de US$ 81 mil no dia anterior. O movimento representava dissociação parcial com o banho de sangue das bolsas mundo afora, caso do Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq, encerrados respectivamente em 40.545,93 (-3,98%), 5.396,52 (-4,84%) e 16.550,60 pontos (-5,97%).

A pressão vendedora sucedeu o “dia da libertação” de Donald Trump, já que o presidente dos Estados Unidos anunciou a adoção de tarifas recíprocas a diversos países, em percentuais que chegam a 50%. Para alguns especialistas, a possibilidade de uma guerra comercial global pode arrastar os brasileiros para as criptomoedas e intensificar a regulamentação.

Por outro lado, eles também recomendam cautela aos investidores de criptomoedas pela alta da aversão ao risco e a possibilidade de uma recessão global.

“A probabilidade de uma recessão na economia global este ano foi elevada para 60%, um aumento em relação aos 40% anteriores”, disse em nota o economista-chefe do JPMorgan, Bruce Kasman.

O FUD (medo, incerteza e dúvida) ainda era percebido pela ascensão do Volatility Index (VIX), calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, conhecido como índice do medo, que disparou a 35,91 pontos (+66,95%) com um acumulado de 88,21% em cinco dias. Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em negociação à vista (spot) de Bitcoin e de Ethereum (ETH) recuaram em respectivos líquidos de US$ 99,86 milhões e US$ 3,59 milhões, segundo dados da plataforma SoSoValue.

Os dados das plataformas de monitoramento também mostravam pouco fluxo de capital em direção aos tokens, já que o índice altseason, que mede o nível de rotação de capital para os principais tokens em capitalização de mercado, encontrava-se espremido a 14 pontos. Nesse grupo, o PI era transferido por US$ 0,53 (-12,1%), o BERA se convertia em US$ 5,58 (-10,4%), o APT pareava US$ 4,84 (-6,3%), o TON se comparava a US$ 3,45 (-5,8%), o IP valia US$ 4,01 (-5,7%), o ATOM equivalia a US$ 4,69 (+9%), o KAIA se comparava a US$ 0,10 (+5,7%) e o S era transferido por US$ 0,47 (+5,3%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o PENDLE atingia US$ 3,07 (+10,9%), o GRASS orbitava US$ 1,87 (+20,7%), o DGB era comprado por US$ 0,010 (+19,3%), o FARTCOIN chegava a US$ 0,44 (+14,4%), o SAROS era transferido por US$ 0,15 (+33,5%), o USUAL valia US$ 0,13 (+26,4%), o DEVVE chegava a US$ 0,88 (+17,4%), o FUN estava cotado a US$ 0,0057 (+21%) e o VICE era comprado por US$ 0,059 (+12,4%).

Entre as novas listagens em exchanges de criptomoedas estavam STBU na Biconomy, AMP na Bithumb, CELO na Kraken, GUN na LBank, STO na Bitget, Huobi, Phemex, BitMart e MEXC e ORCA na Binance US.

No dia anterior, a liquidação de traders de criptomoedas disparou 100% após o ‘dia da libertação de Trump’ em meio a pressão sobre o Bitcoin, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.