Resumo da notícia:

  • Incertezas com a IA e balanço da Nvidia dificultam reação das criptomoedas.

  • Dados de emprego nos EUA também acendem sinal de alerta.

  • ETFs de Bitcoin e de Ethereum mantêm saídas líquidas, enquanto ATFs de Solana e de XRP avançam.

  • RSI das criptomoedas indica avanço na pressão de compra.

Em linha na manhã desta quarta-feira (19), o mercado de criptomoedas respondia por um market cap de US$ 3,12 trilhões (+0,1%), enquanto o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 91,4 mil (+0,2%) com 58,3% de dominância, medo extremo dos investidores (16%) e a maioria das altcoins recuadas.

A retração do mercado de criptomoedas apresentava correlação com índices do mercado acionário, como S&P 500 e Nasdaq, historicamente associados ao desempenho do Bitcoin, encerrados em respectivos 6.617,32 (-0,83%) e 22.432,85 pontos (-1,21%). O que ocorria na esteira da aproximação da divulgação do balanço do terceiro trimestre da fabricante de chips para inteligência artificial (IA) Nvidia, prevista para essa quarta-feira. Os resultados podem reforçar ou esvaziar a narrativa dos últimos dias relacionada à possível aproximação do estouro da bolha da IA, já que, para os menos entusiasmados, a tecnologia demanda investimentos bilionários, em meio a especulações de baixos retornos.

Além da “crise existencial da IA”, dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos acenderam o sinal de alerta no dia anterior. De acordo com o Departamento do Trabalho, os pedidos de auxílio-desemprego na semana encerrada em 25 de setembro, última antes do shutdown, paralisação de serviços do governo, subiram para 232 mil ante 219 mil da semana anterior. Enquanto isso, os pedidos continuados chegaram a 1,957 milhão ante 1,947 milhão na aferição da semana anterior.

Os primeiros números oficiais do mercado de trabalho após o fim do shutdown aumentaram a expectativa dos investidores em relação à divulgação do payroll, que afere o número de folhas de pagamento não agrícolas, que deve ser divulgado até sexta-feira (21). Esses dados também podem servir de catalisador de volatilidade para mercados como o de criptomoedas.

O crescimento da aversão ao arrisco, ao qual as criptomoedas são associadas, podia ser percebida ainda pelo  VIX, “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, que se encontrava avançado a 23,93 pontos (+6,9%). Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em Bitcoin e em Ethereum (ETH) registraram respectivas saídas líquidas de US$ 372,77 milhões e US$ 74,22 milhões. Enquanto isso, ETFs de Solana (SOL) e de (XRP) registraram respectivas entradas líquidas de US$ 30,09 milhões e US$ 8,32 milhões, segundo dados da SoSoValue.

mapeamento da Coinglass do mercado de Futuros de criptomoedas apontava queda a US$ 139,55 bilhões (-0,7%) no Interesse Aberto e baixa a US$ 289,85 bilhões (-26,2%) no volume de negociações. Já que a liquidação de traders alavancados de criptomoedas recuava a US$ 279,17 milhões (-74,1%). Nesse caso, havia pequena desvantagem para os touros, pela liquidação de US$ 153,3 milhões em posições compradas (longs) ante US$ 125,8 milhões em posições vendidas (shorts).

A 42,48 pontos, o índice de força relativa (RSI) médio das criptomoedas apontava neutralidade, mas com aumento da pressão de compra de criptomoedas ante o dia anterior. O mapa de calor também destacava diversos tokens nas zonas de forte compra ou sobrecompra e de forte venda ou sobrevenda. Na primeira faixa, mais sujeita à correção, estavam tokens como STRK, ASTER, MYX, FF, WCT, PAXG (stablecoin do ouro), XAN, SAHARA, XPL, BEAT, GRASS, NXPC, ACT, SOLV, B, UAI, BAN, JST, SKYAI, VANA, LQTY, ON, BICO, SANTOS. No outro extremo, mais sujeito a reversão, estavam tokens como PUMP, ONDO, H, JUP, SOON, BERA, AIA, PLUME, ALLO, PIPPIN, MON, HIPPO, MOCA, SCR, DRIFT, BTR, ICNT, B3.

Mapa de calor de 4 horas do RSI das criptomoedas. Fonte: Coinglass.

O índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado, estava recuado a 30 pontos. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o ICP se contraía a US$ 5,04 (-10%), o XMR se retraía a US$ 377,08 (-8,3%), o HYPE era trocado por US$ 38,09 (-6,8%), o TIA correspondia a US$ 0,77 (-4,1%), o SPX valia US$ 0,54 (+9,8%), o FET chegava a US$ 0,29 (+7,5%), o ZEC era trocado de mãos por US$ 618,14 (+6,1%), o CRO era comprado por US$ 0,11 (+5,9%), o INJ representava US$ 6,81 (+5,9%) e o TEL pareava US$ 0,0064 (+5,1%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o MYX chegava a US$ 3,21 (+32,7%), o STRK se convertia em US$ 0,23 (+26,7%), o AB representava US$ 0,0076 (+13,1%), o GIGA pareava US$ 0,0052 (+43%), o XAN era negociado por US$ 0,042 (+26,3%), o ELIZAOS se referenciava por US$ 0,010 (+23,7%), o REKT respondia por US$ 0,00000021 (+22,4%) e o TFUEL estava cotado a US$ 0,025 (+21,7%).

Entre as novas listagens estavam ZEC na Binance Futuros, VSN na Bitvavo, XAN na Bitkub, DGRAN na Phemex, RT na AscendEX, LAVA na Kraken, SUT na Kucoin, RLC, PIERVERSE e CHR na Biconomy.

No dia anterior, o Bitcoin aprofundou a queda e a liquidação de traders de criptomoedas superou US$ 1 bilhão, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.