Resumo da notícia:
ACX cria criptomoedas, de olho na liquidez a projetos ASG.
Ideia é ampliar e facilitar liquidez através da tokenização.
Valorização do token pode se reverter em ganhos maiores na fase final dos projetos, diz executiva.
Mercado de carbono precede o processo de descarbonização.
A bolsa de ativos ambientais AirCarbon Exchange (ACX) Brasil anunciou esta semana a criação de uma criptomoeda para viabilizar a tokenização de projetos ligados ao mercado de carbono.
De acordo com informações do Valor, a criação do token foi anunciada em Belém (PA), durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) e está relacionada ao destravamento de liquidez e diminuição de riscos a financiamento de projetos de longa duração.
Parceira da B3 desde dezembro de 2023, quando a bolsa de valores brasileira anunciou uma parceria com a ACX Group, para o lançamento de uma plataforma para negociação de créditos de carbono, títulos emitidos para neutralização de gases de efeito estufa, a exchange ASG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês) revelou que o token dará acesso parcial a créditos de carbono e captação de recursos provenientes da redução de emissão dos gases.
Segundo a gerente de Relações Institucionais da ACX Brasil, Juliana Damasceno, “o ciclo de vida do projeto implica preços diferentes para o ativo [token] ao longo do tempo’.
O quão mais próximo da conclusão do projeto, mais ele vai valer, emendou.
Ao destacar o destravamento de acesso análogo às cotas dos projetos, por meio dos tokens, Damasceno acrescentou que os criptoativos, apesar do objetivo inicial voltado aos créditos de carbono, também podem ser usados em outros investimentos que necessitem de financiamento semelhante à de contratos de longo prazo.
A tokenização também é enxergada, segundo ela, como antecipação de um possível movimento regulatório favorável ao aquecimento do setor, pouco atrativo atualmente. O que também reflete a espera do mercado por maior liquidez e segurança jurídica a projetos ASG, antes da conclusão do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), previsto para 2023.
Juliana Damasceno disse ainda que o mercado de carbono precede o processo de descarbonização, acrescentando que “não podemos acordar amanhã com todas as tecnologias para emitir menos, esse mecanismo de mercado [de crédito de carbono] viabiliza uma solução mais custo-benefício mais eficiente” e que a solução em blockchain colabora para um ambiente mais robusto, globalmente.
Na esfera governamental, a RBB anunciou esta semana o lançamento de whitepaper durante BlockchainGov 2025, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.