Resumo da notícia:
Bitcoin pode estar em mercado de baixa após fechamento semanal abaixo da média móvel de 50 períodos.
ETFs de Bitcoin registraram US$ 1,1 bilhão em saídas na segunda pior semana da história desses fundos.
Bitcoin precisa superar as resistências em US$ 100.000 e US$ 115.000 para retomar a tendência de alta.
Existem chances de que o Bitcoin esteja em um mercado de baixa após o fechamento semanal abaixo da média móvel de 50 períodos no domingo, 16 de novembro, afirma Diego Pohl, analista da Crypto Investidor.
O preço do Bitcoin (BTC) fechou a semana em baixa de 10%, cotado a US$ 94.261, eliminando todos os ganhos acumulados ao longo de 2024.
Negociado mais de US$ 10.000 abaixo da média móvel de 50 períodos (US$ 102.758) no começo desta semana, o Bitcoin perdeu um suporte técnico importante que o sustentou durante outras correções ao longo do atual ciclo de alta, conforme o gráfico abaixo.
A queda reflete a deterioração das condições macroeconômicas e a fuga de investidores institucionais dos ativos de risco. Os ETFs de Bitcoin registraram US$ 1,1 bilhão em saques na última semana. Foi a segunda pior semana para os fundos negociados em bolsa atrelados a criptomoedas, segundo a CoinShares.
A reversão das expectativas relativas à política monetária do Banco Central dos EUA (Fed) derrubou não apenas o preço das criptomoedas, mas também impactou negativamente as bolsas nos Estados Unidos, conforme destacou o boletim semanal de análise de mercado da QR Asset:
“O S&P 500 recuou, o Nasdaq devolveu parte do rali recente e o Dow Jones perdeu quase 800 pontos, numa dinâmica típica de reposicionamento forçado quando o mercado se vê privado de dados confiáveis e precisa navegar por incertezas mais amplas.”
Murilo Cortina, diretor de novos negócios da QR Asset, refere-se à ausência de dados confiáveis sobre a atividade econômica nos Estados Unidos, mesmo após a reabertura do governo americano.
Sem a confirmação de dados sobre o mercado de trabalho em outubro e uma série de indicadores sem data definida de divulgação, as chances de cortes nos juros caíram mais de 20% nos últimos sete dias, de acordo com dados da FedWatch Tool da CME. Há uma semana, a probabilidade de um novo corte de 0,25% era de 62,4%. Agora, caiu para 40,9%.
Principal motor da economia global, ao lado dos EUA, a China também emitiu sinais preocupantes para os investidores, acrescentou Cortina:
“A produção industrial perdeu tração, os investimentos sofreram uma queda inédita e o consumo continuou fraco, intensificando a sensação de que o último trimestre do ano se inicia sem tração suficiente para compensar os meses anteriores.”
Diante desse cenário, não está claro se o Bitcoin está passando por uma correção sazonal ou já entrou nos primeiros estágios de um novo mercado de baixa, segundo o executivo:
“O que observamos agora é uma confluência de fatores que justificam uma postura mais defensiva. O cenário de curto prazo aponta para possíveis correções adicionais, ao mesmo tempo em que o fundamento estrutural de longo prazo permanece intacto.”
Análise de preço do Bitcoin
Há duas semanas, Diego Pohl havia alertado que o preço do Bitcoin poderia cair para a região entre US$ 85.000 e US$ 95.000, caso o suporte psicológico de US$ 100.000 fosse perdido.
Confirmada a previsão, o Bitcoin encontra-se em um momento crítico, segundo o analista:
“Essa quebra representou não apenas uma mudança no comportamento do preço, mas também trouxe um sinal técnico relevante, já que o ativo fechou sua primeira vela semanal abaixo da Média Móvel de 50 períodos. Esse fechamento reforça a possibilidade de que o mercado esteja iniciando um processo mais longo de correção, característico do início de um mercado de baixa.”
A queda abre espaço para o Bitcoin aprofundar as perdas, com os próximos alvos situados na faixa entre US$ 85.000 e US$ 60.000. “Essa região representa áreas históricas de liquidez e possíveis zonas de estabilização do preço caso a pressão vendedora continue dominando o mercado", afirma Pohl.
Para evitar a confirmação do mercado de baixa, o preço do Bitcoin precisa superar as resistências de US$ 100.000 e US$ 115.000 (as duas faixas rosas superiores no gráfico abaixo).
Uma consolidação acima desses níveis que anteriormente atuavam como suporte é fundamental para invalidar a tendência de baixa atual, segundo o analista:
“Sem essa recuperação, qualquer repique tende a ser apenas movimento de retração dentro de uma tendência de baixa mais ampla. No cenário atual, o Bitcoin permanece em uma zona delicada, e a forma como o preço irá reagir no curto prazo definirá se o mercado entrará oficialmente em um ciclo de baixa prolongado ou se ainda existe espaço para uma retomada estrutural da tendência de alta.”
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, a correção recente configura um “mini” mercado de baixa, segundo a plataforma de análise de criptomoedas Matrixport:
“Nossos dados mostraram um mercado perdendo força e sem os catalisadores necessários para uma alta sustentada.”
Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e operação comercial envolve risco, e os leitores devem realizar suas próprias pesquisas antes de tomar qualquer decisão.