Resumo da notícia:
Bitcoin permanece em zona de consolidação entre US$ 102.000 e US$ 116.000, sem direção definida.
Analista da Crypto Investidor alerta que rompimento do suporte de US$ 100.000 pode levar BTC a US$ 85.000, enquanto quebra de US$ 116.000 abre caminho para US$ 170.000.
Baleias realizam lucros em meio à correlação renovada entre Bitcoin e Nasdaq.
Contrariando o pessimismo que tomou conta do mercado após o pior mês de outubro desde 2018 e da queda de 3,5% no fechamento semanal, Diego Pohl, analista da Crypto Investidor, afirma que o preço do Bitcoin (BTC) se mantém em uma zona de consolidação, sem um movimento direcional definido.
Os sinais mistos do Banco Central dos EUA (Fed) na semana passada, em que o corte de 0,25% nas taxas de juros contrastou com o discurso cauteloso do presidente Jerome Powell, aceleraram a volatilidade nos mercados financeiros, mesmo diante do esfriamento temporário das tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China.
Dados da FedWatch Tool mostram que houve uma diminuição significativa nas expectativas do mercado de que o Fed confirmará sua política de afrouxamento monetário na última reunião de 2025, marcada para 10 de dezembro.
Segundo o boletim semanal de análise de mercado da QR Asset, a estratégia de Powell busca “manter a flexibilidade para reagir a novos dados, sem se comprometer com um ciclo contínuo de cortes num ambiente ainda incerto de inflação e atividade produtiva.”
A mera possibilidade de estabilização dos juros nos patamares atuais foi suficiente para alterar a percepção do mercado sobre as propriedades do Bitcoin, destacou Murilo Cortina, diretor de novos negócios da gestora brasileira:
“A correlação entre o BTC e o Nasdaq voltou a se estreitar, reforçando que, em momentos de política monetária incerta, o mercado ainda trata o Bitcoin como ativo de risco.”
Os catalisadores positivos de curto prazo não foram suficientes para mitigar os riscos de médio e longo prazo tanto do ponto de vista econômico quanto geopolítico.
A temporada de divulgação de resultados das empresas americanas listadas publicamente mostra que o crescimento dos Estados Unidos depende da capacidade de investimento das big techs no setor de inteligência artificial, como destacou o boletim semanal de análise de mercado da Binance Research:
“As ações tradicionais também sofreram fortes oscilações, embora o S&P 500 tenha fechado em alta, a extrema divergência interna — impulsionada em grande parte apenas pela NVIDIA — expôs a fragilidade da confiança do mercado. Os resultados mistos das big techs não conseguiram impulsionar significativamente o apetite por risco.”
Enquanto isso, o acordo comercial negociado entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, foi entendido como “um cessar-fogo tático” – e não uma solução definitiva para a disputa pela liderança tecnológica e pelo controle de cadeias de suprimentos essenciais.
Exclusivamente no contexto do mercado de criptomoedas, os ETFs registraram uma semana de saldo negativo de quase US$ 800 milhões. Em paralelo, houve a realização de lucros por parte de baleias e detentores de longo prazo.
“Esse conjunto de fatores explica a correção mais acentuada do preço do Bitcoin: fluxo negativo nos ETFs, realização de lucros por grandes investidores e reavaliação global do risco por parte dos investidores após a reunião do Fed”, conclui Cortina.
Análise de preço do Bitcoin
Apesar da queda de 2,8% registrada nesta segunda-feira, 3 de novembro, após o fechamento semanal negativo, o Bitcoin segue em uma zona de consolidação, afirma Diego Pohl.
Mesmo com o aumento da volatilidade, o preço do Bitcoin se mantém dentro de uma faixa bem definida entre US$ 102.000 e US$ 116.000 desde 10 de outubro.
Pohl destaca que o principal suporte de curto prazo, na região dos US$ 100.000, ainda não foi efetivamente testado durante o movimento corretivo atualmente em curso. No entanto, o analista alerta:
“Caso esse suporte seja rompido para baixo, a força vendedora tende a se acelerar e o preço pode buscar patamares inferiores, com alvos entre US$ 95.000 e US$ 85.000.”
Uma queda abaixo desse último nível potencialmente decretaria o início de um novo mercado de baixa, com nível de suporte próximo de US$ 60.000 – uma possível área de absorção de liquidez, conforme destaca o analista no gráfico abaixo.
A principal resistência para retomada da tendência de alta está estabelecida em US$ 116.000, segundo Pohl:
“Um rompimento consistente acima dessa região, com forte volume de negociação e confirmação no gráfico diário, poderá sinalizar a retomada do impulso de alta dentro da tendência macro. Nesse cenário, o Bitcoin teria espaço para dar continuidade ao ciclo altista, com preços-alvos projetados entre US$ 150.000 e US$ 170.000.”
Esses níveis correspondem às extensões técnicas do último movimento de alta e a possíveis zonas de realização parcial de lucros por parte dos investidores de médio e longo prazo, acrescenta o analista.
“No momento há um equilíbrio entre compradores e vendedores e um movimento direcional claro depende de um rompimento decisivo de um dos extremos,” conclui Pohl.
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, a queda do Bitcoin posterior à reunião do Fed foi causada pelo excesso de alavancagem de posições compradas no mercado de derivativos. Agora, as posições vendidas podem ser o próximo alvo, catalisando a retomada da tendência de alta no médio prazo.
Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e operação comercial envolvem riscos, e os leitores devem realizar suas próprias pesquisas antes de tomar qualquer decisão.