Resumo da notícia:

  • BTC pode retestar US$ 100 mil em cenário de preocupação com a inflação.

  • Shutdown se prolonga e incertezas trazem cautela aos investidores de criptomoedas, mas tesourarias de Bitcoin avançam.

  • Criptomoedas continuam sob pressão de venda.

O mercado de criptomoedas operava a um market cap de US$ 3,59 trilhões (-3,6%) na manhã desta segunda-feira (3). Na ocasião, o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 107,1 mil (-3,1%) com dominância elevada a 59,6%, medo dos investidores (36%) e a maioria das altcoins no vermelho.

O benchmark cripto se encontrava dissociado mais uma vez de índices como S&P 500 e Nasdaq, que encerraram o pregão da última sexta-feira (31) elevados a respectivos 6.840,20 (+0,26%) e 23.724,96 pontos (+0,61%). No X, o especialista em criptomoedas observou que a perda do suporte de US$ 107 mil implica um possível reteste em US$ 100 mil:

Este é o terceiro ou quarto reteste em apenas duas semanas, o que não é um bom sinal. Se o Bitcoin não conseguir se manter nesse nível, um novo teste de US$ 100.000 será apenas uma questão de tempo.

Em outra postagem, o investidor observou liquidações massivas de posições compradas (long) como possível sinal de que o BTC tem chance de reversão para uma nova máxima histórica. Pelo lado pessimista, Pillows se mostrou desconfiado com indicadores não oficiais de resiliência da inflação nos Estados Unidos.

O índice de inflação dos EUA está subindo novamente. Agora está em 2,69%, o nível mais alto desde janeiro de 2025. Acho que esse pode ser o motivo pelo qual a Casa Branca não quer divulgar os dados do IPC [Índice de Preços ao Consumidor] este mês. A inflação está aumentando e Powell [presidente do Fed] pode adotar uma postura mais conservadora agora, alertou.

O atraso na divulgação de dados oficias da inflação se dava pelo shutdown (paralisação) de serviços oficiais do governo, decorrente do impasse entre republicanos e democratas na aprovação do orçamento do governo de Donald Trump. O que, além de incertezas, direcionava a atenção dos investidores para dados não oficiais, como índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da transformação, a serem divulgados nessa segunda-feira pela S&P Global e ISM.

O VIX, “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, encontrava-se recuado a 17,76 pontos (+5%). Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em Bitcoin em Ethereum (ETH)  encerraram sexta-feira com respectivas saídas líquidas de US$ 191,60 milhões e US$ 98,20 milhões, segundo dados da SoSoValue. Em direção contrária, as tesourarias de Bitcoin adquiriram 2.866 BTC no acumulado semanal dessa segunda-feira, quando as 38 maiores companhias não mineradoras detinham US$ 93,85 bilhões.

mapeamento da Coinglass do mercado de Futuros de criptomoedas apontava baixa a US$ 155,99 bilhões (-0,5%) no Interesse Aberto e alta a US$ 254,95 bilhões (+52,5%) no volume de negociações. Já que a liquidação de traders alavancados de criptomoedas orbitava a US$ 485 milhões (+285%) com desvantagem para os touros, já que a liquidação de posições compradas (longs) chegaram a US$ 426 milhões ante US$ 59 milhões em posições vendidas (shorts).

A 36,13 pontos, o índice de força relativa (RSI) médio das criptomoedas indicava manutenção da pressão de venda. O mapa de calor também destacava diversos tokens nas zonas de forte compra ou sobrecompra e de forte venda ou sobrevenda. Na primeira faixa, mais sujeita à correção, estavam tokens como DASH, OG, ICP, JELLYJELLY, ZEC, ZK, ZEN, XMR, MERL, ZEREBRO, MOCA, ARC, SOLV, ICNT, NAORIS, XVG, PROM, ARIA, TRUTH. No outro extremo, mais sujeito a reversão, estavam tokens como BNB, DOGE, WLFI, PENGU, PENDLE, GIGGLE, EVAA, FORM, MON, 2Z, MON, ORDER, HANA, Q, WCT, KERNEL, CATI, TOSHI.

Mapara de calor de 4 horas do RSI das criptomoedas. Fonte: Coinglass.

O índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado, estava recuado a 25 pontos, em sinal de perda de terreno das altcoins para o Bitcoin. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o VIRTUAL derretia a US$ 1,44 (-14,8%), o SPX era trocado por US$ 0,76 (-13,9%), o FET se convertia em US$ 0,22 (-13,2%), o AERO era trocado por US$ 0,89 (-12,4%), o DASH representava US$ 83,35 (-11,8%), o ICP ascendia a US$ 3,83 (+6,6%) e o ASTER era trocado por US$ 0,97 (+5,4%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, que se encontravam em menor número, o OG estava precificado em US$ 1,48 (+41,2%), o JELLYJELLY correspondia a US$ 0,083 (+40,6%), o AURORA valia US$ 0,10 (+29,6%), o DGB chegava a US$ 0,0077 (+25,2%), o PYTHIA orbitava US$ 0,056 +10%).

Entre as novas listagens estavam TRUST na Binance Futuros, MMT na Binance, TEA na Kucoin, AJC na BitMart, GIGGLE na HitBTC, GNC, DF e PORTALS na Biconomy.

Na semana anterior, as criptomoedas mantinha pressão de venda enquanto o Bitcoin amargava ‘Downtober’, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.