Resumo da notícia:

  • Analista que previu queda do Bitcoin após decisão do Fed mantém convicção em novas máximas históricas no médio prazo.

  • Correção recente foi impulsionada pela busca de liquidez de posições compradas em torno dos US$ 110 mil.

  • Indicadores de demanda mostram enfraquecimento nos EUA, mas estrutura macro de alta segue favorável.

O preço do Bitcoin opera em baixa de 4% nas últimas 24 horas, após o Banco Central dos EUA (Fed) ter reduzido as taxas de juros em 0,25% – uma medida que em tese deveria favorecer ativos de risco como as criptomoedas.

Apesar de contraintuitiva, a queda do Bitcoin (BTC) abaixo dos US$ 110.000 foi antecipada pela analista e pesquisadora Rafaela Romano, fundadora da SecondB, em uma postagem publicada horas antes do anúncio do Fed. 

Rafaela identificou um excesso de liquidez agregada em posições compradas no mercado de derivativos que apontavam para a liquidação que acabou se confirmando:

“No cenário de curto prazo, os longs (comprados) dominavam o mercado, e o grande prêmio estava justamente em liquidá-los nesse patamar em torno dos US$ 110.000. O preço tende a se mover na direção oposta à da maioria, pois é na liquidação da manada que se encontra o verdadeiro tesouro.”

A incerteza em relação à continuidade da política de flexibilização monetária evidenciada na entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, serviu de justificativa para a “queda anunciada.” 

“Considerando um período de três a sete dias, era extremamente provável que o Bitcoin buscasse a região dos US$ 110 mil — e, de fato, o preço foi até lá,” afirmou a analista.

Preço do Bitcoin, Bitcoin Analysis, Investimentos
Mapa de calor de níveis de liquidação do Bitcoin (3 dias). Fonte: Alphractal

Nesta quinta-feira, 30 de outubro, o preço do Bitcoin atingiu mínimas de 106.800, de acordo com dados da CoinGecko.

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Gráfico de 1 hora BTC/USDT. Fonte: TradingView

Com isso, os debates sobre o possível fim do mercado de alta das criptomoedas voltaram a opor traders e analistas. Rafaela se alinha àqueles que defendem que os US$ 126.000 não foram o topo.

Embora não descarte que o Bitcoin faça novas mínimas em busca da liquidez concentrada em torno dos US$ 100.000 no mercado de derivativos, no médio prazo a perspectiva é de retomada da tendência de alta, acredita a analista:

“Quando analisamos o preço, as informações de curto e longo prazo podem apontar direções completamente opostas. O Bitcoin, por exemplo, pode estar em queda no gráfico diário, enquanto confirma um movimento de alta no gráfico semanal ou mensal.”

A analista faz uma leitura similar no mercado de derivativos, onde a liquidez agregada de três meses evidencia uma “clara dominância de shorts (vendidos)”:

O verdadeiro prêmio, portanto, está na grande liquidação desse grupo — cenário que se concretizaria com o Bitcoin alcançando a faixa dos US$ 127 mil. O movimento de curto prazo já se confirmou; agora resta observar se o grande prêmio será conquistado pelos que tiverem paciência de esperar.”
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Mapa de calor de níveis de liquidação do Bitcoin (3 meses). Fonte: Alphractal

Enfraquecimento da demanda pode comprometer continuidade do mercado de alta

O boletim de mercado “Weekly Insights”, da CryptoQuant, alerta para a queda na demanda por exposição a Bitcoin e Ethereum (ETH) entre os investidores americanos, tanto no mercado à vista quanto no de derivativos.

Após o rali de setembro, quando Bitcoin e Ethereum renovaram suas máximas históricas — a US$ 126 mil e US$ 5 mil, respectivamente — cautela e realização de lucros predominaram no mercado.

Os ETFs spot de Bitcoin voltaram a registrar saldo líquido negativo — com média diária de saída de 281 BTC — enquanto as entradas em ETFs de Ethereum praticamente estagnaram desde agosto.

No mercado à vista, o “prêmio Coinbase” para BTC e ETH caiu para perto de zero, sinalizando menor apetite dos investidores americanos por criptomoedas. Essa tendência também se reflete nos mercados futuros, onde o basis anualizado do Bitcoin na CME recuou para 1,98%, menor nível em mais de dois anos.

Segundo a análise da CryptoQuant, os investidores aguardam novos catalisadores antes de retomar uma postura mais agressiva de acumulação — um cenário que pode limitar a continuidade do mercado de alta.

A alta do Bitcoin no último fim de semana se enquadra em um movimento mais amplo de lateralização sem direção clara no curto prazo, segundo análise da Crypto Investidor.

Com base em padrões técnicos, a confirmação da retomada da alta depende do rompimento da resistência estabelecida entre US$ 116.000 e US$ 117.000, conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil.

Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e operação comercial envolvem riscos, e os leitores devem realizar suas próprias pesquisas antes de tomar qualquer decisão.