10h12

Matheus Parizotto, analista de research da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual.

O mercado de criptoativos inicia a semana pressionado, com o Bitcoin chegando a negociar abaixo de US$ 90 mil durante a madrugada. Não houve gatilho macro específico, com o movimento refletindo ajuste de posições e realização de lucros, em momento que cripto vem operando descolado de outras classes de ativos.

Do lado dos fluxos, o balanço segue desfavorável. Desde meados de julho, investidores de longo prazo distribuíram cerca de 1 milhão de BTCs, enquanto os ETFs intensificaram resgates em novembro, somando mais de US$ 4 bilhões entre BTC e ETH. A compressão dos prêmios das treasury companies também reduz a capacidade de compras adicionais.

Ainda assim, a tese de médio e longo prazo permanece intacta, com regulação avançando e métricas de adoção e uso crescendo. Pode levar algumas semanas para os fluxos se reequilibrarem, como em episódios anteriores, mas os níveis atuais já parecem mais atrativos. Até lá, faz sentido priorizar ativos de maior qualidade e liquidez.

8h25

Marco Aurélio, da Vault Capital

Como já vínhamos destacando em análises anteriores, enquanto o Bitcoin permanecer abaixo da faixa dos US$ 104 mil, a pressão vendedora tende a dominar o curto prazo. Para reduzir essa força e reverter a dinâmica, o primeiro passo essencial é recuperar a região dos US$ 100 mil.

O dia começou com forte estresse, levando o preço a testar mínimas próximas dos desvios entre US$ 88 mil e US$ 86 mil, fazendo mínima intradiária em US$ 89.121. A região dos US$ 93 mil, que antes atuava como suporte crítico, foi rompida sem reação significativa dos compradores, evidenciando o controle momentâneo da oferta. No curto prazo, o primeiro objetivo técnico passa a ser a recuperação da faixa dos US$ 95.500, ponto a partir do qual o preço poderia recobrar força para tentar novamente a região dos US$ 100 mil.

Caso o BTC permaneça abaixo de US$ 96.500, a probabilidade de correções mais profundas dentro dos desvios permanece elevada. Apesar do sentimento extremamente negativo do mercado, essa dinâmica não é necessariamente desfavorável.

Quando o pessimismo se torna absoluto, normalmente significa que o mercado já está precificando o pior cenário possível. Isso cria assimetrias importantes: se os dados vierem fracos, o mercado apenas confirmará aquilo que já imaginava; mas se vierem melhores do que o consenso espera, o impacto tende a ser amplificado positivamente. E o tom dessa semana será justamente guiado por indicadores macro relevantes, incluindo o balanço da Nvidia na quarta-feira.

O mercado já assume uma leitura negativa; logo, qualquer resultado que não seja desastroso pode ser interpretado como bom, e tudo o que for apenas “bom” pode ser lido como “ótimo”, simplesmente porque o ponto de partida é o pessimismo extremo. No on-chain, a leitura torna-se ainda mais interessante. Desde o início da queda pós-ATH, a maior pressão vendedora vinha das baleias de 10 mil BTC, que descarregaram posições de forma agressiva ao longo do movimento.

Essa força, contudo, começa a perder intensidade. Estamos vendo um arrefecimento claro da distribuição. Além disso, o indicador Net Realized Profit/Loss finalmente entrou em zona de prejuízos líquidos, algo que historicamente marca fundos locais em todos os ciclos. Sempre que isso acontece, o mercado passa por uma redistribuição rápida, seguida de períodos de recuperação.

Tudo isso reforça que estamos entrando em uma zona de exaustão da pressão vendedora. E quando o pessimismo extremo encontra exaustão de venda, a dinâmica muda rapidamente. Pense no mercado como uma mola comprimida: Quanto mais ela é pressionada e empurrada para baixo, mais energia acumulada ela mantém. Quando chega ao ponto máximo de compressão, quando “parece” que vai quebrar, é justamente quando ela salta com mais força.

Estamos, muito possivelmente, nesse exato ponto da curva. Nada está garantido, mas tudo indica que o mercado está próximo de uma inflexão. Agora, mais do que nunca, é hora de manter disciplina e leitura fria, enquanto boa parte do mercado opera no calor do pânico.

8h

Thomas Chen, CEO da Function, afirma:

“Painovember” provavelmente continuará pressionando o mercado nesta semana, já que o comportamento dos grandes alocadores se inclina fortemente para vendas, com mais de US$ 2,8 bilhões em saídas apenas em novembro. O futuro permanece incerto. A sensação, segundo ele, é quase de retorno à pergunta básica: vale mesmo a pena manter BTC neste cenário? É exatamente esse o ponto em que estamos agora, com o índice de medo e ganância em nível de extremo medo, marcando 11 de 100, situação semelhante ao período do colapso da Luna em 2022.

Os gestores de TradFi estão reduzindo exposição, já que o Bitcoin apagou todos os ganhos acumulados desde o início do ano. Eles observam principalmente o ambiente macroeconômico, incluindo a bolha de IA, as ações do S&P e as tarifas.

No entanto, embora muitos interpretem as saídas dos ETFs como sinal de pânico, o momento não é totalmente negativo. Pelo lado positivo, a remoção de alavancagem excessiva e de titulares de curto prazo cria um ponto de entrada mais baixo para instituições. Entrando em 2026, algumas delas podem voltar a comprar de maneira mais agressiva.

Para Chen, a alavancagem precisa ser eliminada antes de aumentar posições em BTC. Por outro lado, a MicroStrategy segue comprando, com 8.178 BTC adquiridos recentemente. Ele acredita que este é um ponto de entrada atraente para instituições com fundamentos sólidos. “É basicamente isso”, resume.

A economia dos Estados Unidos também deve ganhar força após o fim do mais longo shutdown do governo norte-americano. Agora, o grande fator capaz de reverter os fluxos para território positivo pode ser o corte de juros mais imprevisível do ano pelo FOMC, marcado para 10 de dezembro, acompanhado pelo cheque de US$ 2.000 prometido por Trump aos americanos. Com a volta da renda discricionária, segundo Chen, as pessoas provavelmente voltarão a comprar ativos mais arriscados — e o Bitcoin tende a voltar para o centro das atenções.

7h40

Cenários nos ETFs e ETPS pela Coinshares

Os produtos de investimento em ativos digitais registraram saídas totais de US$ 2 bilhões na semana passada, o maior valor desde fevereiro deste ano. Este foi o terceiro período consecutivo de saídas, elevando o total acumulado para US$ 3,2 bilhões. Acreditamos que a combinação entre incerteza na política monetária e a atuação de grandes vendedores nativos do ecossistema cripto explica essa nova fase negativa.

As recentes quedas de preços derrubaram o total de ativos sob gestão (AuM) em ETPs de cripto, que recuou do pico de US$ 264 bilhões no início de outubro para US$ 191 bilhões, uma queda de 27%.

Embora o sentimento negativo tenha sido amplo entre as regiões, os Estados Unidos concentraram 97% das saídas, que somaram US$ 1,97 bilhão. Suíça e Hong Kong vieram em seguida, com saídas de US$ 39,9 milhões e US$ 12,3 milhões, respectivamente. Já os investidores alemães nadaram contra a maré e aproveitaram a fraqueza recente dos preços, registrando entradas de US$ 13,2 milhões.

O Bitcoin sofreu a maior parte do pessimismo, com saídas de US$ 1,38 bilhão na semana passada. Esse ciclo de três semanas de saídas já representa 2% do total de AuM. Proporcionalmente, o Ethereum teve um desempenho ainda pior: seus US$ 689 milhões em saídas equivalem a 4% do AuM.

Solana e XRP também registraram pequenas saídas, de US$ 8,3 milhões e US$ 15,5 milhões, respectivamente.

Buscando maior proteção, investidores direcionaram US$ 69 milhões para ETPs multiativos nas últimas três semanas, enquanto ETPs vendidos em Bitcoin (short bitcoin) receberam US$ 18,1 milhões no mesmo período.

7h30

O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta terça-feira, 18/10/2025, está cotado em R$ 487.126,68. Os touros levaram mais uma surra nesta semana, com o valor do BTC despencando 5% e voltando para US$ 91 mil, muito perto do suporte de US$ 90 mil que, se perdido, pode prologar a queda até um fundo em US$ 75 mil.

Por que o Bitcoin caiu 5% hoje?

O clima piorou rapidamente porque o mercado reagiu ao temor de liquidações ligadas ao caso Mt. Gox, que voltou ao centro das discussões. Embora o volume enviado para corretoras tenha sido baixo, o simples deslocamento de quase US$ 1 bilhão em BTC assustou investidores. Esse movimento mexeu com a confiança e reacendeu a memória de grandes despejos, o que naturalmente ampliou a aversão ao risco e acentuou o pessimismo desde as primeiras horas do dia.

Logo depois, as métricas de sentimento reforçaram o problema. O Índice de Medo e Ganância, referência amplamente seguida pelo mercado, caiu para 15 pontos, nível típico de momentos de pânico histórico. Esse número iguala as mínimas vistas durante a crise da COVID-19 e o colapso da FTX. Além disso, o varejo acelerou a saída, com dezenas de milhares de pequenas carteiras deixando o mercado em poucos dias. Esse comportamento mostrou que a pressão não vinha apenas dos grandes investidores, mas também dos pequenos, que decidiram reduzir risco diante da turbulência.

Entretanto, apesar desse medo extremo, alguns analistas lembram que leituras tão baixas muitas vezes aparecem perto de fundos locais. Mesmo assim, eles ressaltam que uma recuperação mais consistente depende de entrada de liquidez, algo difícil num cenário marcado por três semanas consecutivas de saídas nos ETFs de Bitcoin dos Estados Unidos. Esses fundos perderam bilhões recentemente, e essa drenagem limitou qualquer tentativa de reação.

A situação ficou ainda mais complicada quando os gráficos passaram a indicar fraqueza estrutural. O Bitcoin perdeu o suporte de Fibonacci e rompeu a média móvel de 200 dias, formando a conhecida cruz da morte, padrão que historicamente antecede correções prolongadas. Além disso, o RSI caiu para a zona de sobrevenda, enquanto o MACD reforçou a tendência negativa e indicou que a pressão vendedora ainda domina os movimentos.

Esses elementos combinados criaram um cenário em que cada tentativa de alta encontrou barreiras. O suporte imediato se aproximou da faixa de US$ 91 mil, e o mercado já discute a possibilidade de teste da região de US$ 85 mil caso a pressão continue intensa. Assim, o movimento técnico serviu como combustível adicional para uma queda que já vinha sendo impulsionada pelo humor negativo dos investidores.”, aponta Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR.

Bitcoin análise macroeconômica

André Franco, fundador da Boost Research, destaca que a queda, que representa um recuo de quase 30% em relação à máxima histórica de US$ 126.000 registrada em outubro, é reflexo de um cenário macroeconômico adverso e de movimentos técnicos significativos no mercado de cripto.

A crescente aversão ao risco nos mercados globais, alimentada pela incerteza em relação à política de juros do Federal Reserve, tem pesado sobre os ativos de maior volatilidade, incluindo o Bitcoin. As expectativas de um corte nas taxas de juros em dezembro caíram para menos de 50%, aumentando a cautela dos investidores. Adicionalmente, os ETFs de Bitcoin à vista registraram saídas líquidas de aproximadamente US$ 2,8 bilhões em novembro, sinalizando uma diminuição do apetite institucional no curto prazo.

Apesar do sentimento de "medo extremo" no mercado, dados on-chain mostram que "baleias" (grandes investidores) e algumas instituições, como a MicroStrategy, continuam a acumular Bitcoin, aproveitando os preços mais baixos. A faixa de oscilação provável no curto prazo situa-se entre US$ 89.000 e US$ 95.000, com a possibilidade de novas quedas caso o cenário macroeconômico piore ou a pressão vendedora se intensifique.

Para onde vai o preço agora?

O analista Timothy Misir, head de pesquisa da BRN, explicou que somente os detentores de curto prazo enviaram 31.800 BTC para corretoras com prejuízo, enquanto outras 148 mil moedas foram vendidas abaixo de US$ 100 mil, um sinal clássico de capitulação desse grupo. Mesmo assim, essa dinâmica não indica fundo imediato, mas sim a migração do capital especulativo para mãos mais fortes.

“Estamos vendo um processo de transferência de valor de especuladores de curto prazo para compradores de longo prazo, mas isso não acontece de forma indolor”, explicou o analista.

Enquanto isso, os ETFs falharam em absorver a pressão vendedora. Produtos de Bitcoin registraram saída líquida de US$ 254,51 milhões, enquanto ETFs de Ethereum perderam US$ 182,8 milhões. Apenas Solana escapou da sangria, com US$ 8,26 milhões de entradas.

Mesmo com esse cenário, grandes balanços seguem acumulando. El Salvador adicionou mais de 1.098 BTC na semana, e a Strategy ampliou sua posição com 8.178 BTC, reforçando a tese de longo prazo — embora sem capacidade de neutralizar a pressão imediata.

A leitura estrutural mostra que o Bitcoin precisa recuperar rapidamente a faixa entre US$ 95 mil e US$ 100 mil para evitar uma descida mais acentuada para a região dos US$ 85 mil. A liquidez segue fraca e o mercado derivativo continua excessivamente enviesado para posições compradas, mesmo após o dia de forte limpeza.

Misir alerta que ainda existem novos gatilhos de risco: “Os investidores precisam acompanhar de perto o relatório de emprego dos EUA e o balanço da Nvidia. Qualquer surpresa negativa pode desencadear outro ajuste violento.”

No momento, o mercado se encontra nos estágios finais de um ciclo de capitulação. Porém, como lembra o analista, esses momentos costumam ocorrer antes — e não no exato ponto — da reversão.

“A paciência é crucial. Um fechamento acima de US$ 95 mil mostraria que o sangramento está desacelerando. Acima de US$ 100 mil, voltamos à estrutura de acumulação”, concluiu.

Portanto, o preço do Bitcoin em 18 de novembro de 2025 é de R$ 487.126,68. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0020 BTC e R$ 1 compram 0,0000020 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 18 de novembro de 2025, são: Internet Computer (ICP), Aster (ASTER) e Hyperliquid (HYPE) com altas de 17%, 8% e 5% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 18 de novembro de 2025, são: Starknet (STRK), ZCash (ZEC) e Uniswap (UNI), com quedas de -14,12%, -14% e -10% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

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