Dados do CoinMarketCap desta terça-feira (27) indicavam que o HTR superava os US$ 17,8 milhões em capitalização de mercado e movimentava US$ 430,4 mil. O HTR é o token nativo da blockchain de camada um Hathor Network, fundada em 2019 a partir da tese de doutorado, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), do brasileiro Marcelo Salhab Brogliato, que desenvolveu a rede intermediária entre o mecanismo de Prova de Trabalho (PoW) por mineração de blocos e a mineração por transações, que, neste segundo caso, são confirmadas a partir da chegada de novos blocos descobertos, de acordo com a arquitetura da Hathor.

Ao jornal Valor Econômico, o CTO e fundador da Hathor revelou que a ideia nasceu de sua proposta de solução de escalabilidade da blockchain, que encontrou lastro no trabalho do pesquisador argentino Sérgio Lerner, cujo objetivo era tornar o Bitcoin (BTC) mais escalável por meio  da adaptação da PoW, que, neste caso, seria utilizada nas próprias transações. Mecanismo que Brogliato enxergou falha por questões de segurança em caso de poucas transações na rede.

Na empreitada de popularizar a rede, Brogliato e seus sócios da Hathor Network criaram uma interface de usuário mais amigável, voltada à simplificação da criação de tokens, como alternativa aos 20 passos preconizados na rede Ethereum (ETH).Mas o primeiro grande caso de uso aconteceu no final do ano passado, quando o sandbox regulatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou três projetos de tokenização de ativos com tecnologia blockchain.

Uma das iniciativas aprovadas pela autarquia federal foi o projeto de uma joint venture formada pela Vórtx e a QR Capital destinada à negociação de debêntures e cotas de fundos fechados e com a escrituração desses ativos sendo tokenizados e registrada na blockchain Hathor Network. 

Ao informar que dez blockchains foram avaliadas na ocasião, o CEO da QR Capital, Fernando Carvalho, disse que o interesse da joint venture pelo registro das negociações e renegociações tornou inviável a escolha de blockchain com protocolos de cobrança de transação, como o Ethereum. Ele disse ainda que a a ideia é oferecer renegociação no livro de ordens, o que, segundo ele, ainda não é permitido, e acrescentou que a  joint venture já tokenizou R$ 150 milhões, divididos entre duas debêntures e um fundo de investimento, se contar outras emissões planejadas para os próximos meses. 

Quem também utiliza a  Hathor Network é o marketplace de tokens não fungíveis (NFTs), também brasileiro, 9Block, estúdio de criação de conteúdo e de influencers do youtuber Felipe Neto. Segundo o CEO da 9Block, Hernert Costa, a empresa nasceu com propósito de democratizar a criação e comercialização de NFTs e a Hathor pareceu uma alternativa viável por não ter custos ao usuário. 

Um dos grandes desafios da blockchain brasileira, segundo Brogliato, é a conectividade com outras redes blockchain, cuja representatividade no mercado é maior e que acabam representando uma barreira para a criação de pontes com outras blockchains.

Por outro lado, após The Merge (fusão), a rede Ethereum teria se tornado obsoleta na opinião de diversos analistas, entre eles o fundador do protocolo de empréstimo de finanças descentralizadas (DeFi) Sturdy, Sam Forman, conforme noticiou o Cointelegraph.

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