Uma projeção para o mercado de investimentos da AAWZ indica que em breve as corretoras devem acumular mais ativos custodiados que os principais bancos que atuam no Brasil, segundo o Valor Investe.

Dessa forma, o estudo sugere que em 2022 cerca de 46,1% do mercado ‘estará nas mãos’ de corretoras de investimentos, como a XP, por exemplo. Além da XP, a pesquisa cita ainda as plataformas BTG, Modal Mais, Easynvest, Genial e Guide como sendo responsáveis por essa ‘fatia’ do mercado.

Em contrapartida, no mesmo período os bancos devem representar ‘apenas’ 40,8% dos ativos custodiados no mercado. O estudo levou em consideração as maiores instituições bancárias do país, como Santander, Caixa, Bradesco, Banco do Brasil e Itaú Unibanco.

Corretoras ultrapassam bancos no Brasil

O estudo da AAWZ sugere que em cerca de dois anos as corretoras devem ultrapassar os bancos que atuam no Brasil no que diz respeito à custódia de ativos de pessoas físicas.

No total, seis corretoras de investimentos vão ser responsáveis por 46,1% do mercado em 2022, segundo projeção da AAWZ. Sendo que, de acordo com a Anbima, existem R$ 3,4 trilhões em aplicações financeiras no país atualmente, que representam investidores individuais e grupos familiares.

De acordo com a pesquisa, a projeção de liderança das corretoras na custódia de ativos foi baseada no balanço econômico do terceiro trimestre de 2020. Embora os bancos ainda lideram a ‘corrida’ pela custódia de ativos no Brasil, em 2022 esse cenário mudará completamente, segundo Filipe Medeiros, CEO da AAWZ.

“As corretoras ainda crescem ‘pescando no aquário dos bancos’, mas a partir de 2022 já vai ter mais dinheiro nas corretoras.”

Private Banking é o que mais cresce

Ao contrário dos bancos, as corretoras lideram na atuação de segmentos como o varejo tradicional, a alta renda e o private banking. Em entrevista ao Valor Investe, Filipe Medeiros destacou que o segmento que mais cresce no Brasil é o private banking.

Para ele, a análise mostra que o private banking é o segmento que mais cresce devido à liquidez proporcionada por grandes instituições financeiras. Além disso, Medeiros fala que o ‘mercado tradicional de investimentos’ pode ser beneficiado com o crescimento desse segmento nas corretoras.

“O segmento que mais cresce no país é o do private banking, com a liquidez aumentando nos grandes clientes que têm recebido dividendos e trazendo mais 'market share' para quem atua no mercado tradicional de investimentos.”

XP Investimentos

A XP Investimentos é considerada uma das maiores corretoras do Brasil, e já possui mais de R$ 500 bilhões investidos somente no varejo. Desse modo, o caso da corretora serve para exemplificar como os bancos estão perdendo espaço na custódia de ativos.

Assim, com esse aporte a XP Investimentos representa sozinha uma fatia de cerca de 16,6% do mercado, por exemplo.

Embora ainda faltam quase R$ 100 bilhões, a corretora se aproxima do Itaú e do Banco do Brasil, que possuem R$ 600 bilhões aplicados no varejo. No caso do Itaú, o valor custodiado pelo banco representa 17,04% do mercado total, e o Banco do Brasil, 17,3%.

A projeção da AAWZ acredita na consolidação das corretoras diante dos bancos logo após 2022. Segundo o estudo, em 2025 as corretoras devem representar 55,8% da custódia de ativos, e os bancos apenas 33,5%.

No entanto, para Gabriel Leal, sócio e diretor comercial da XP Investimentos, esse crescimento não deve acontecer até 2022.

“Não sei se vai ser tão rápido assim, mas concordo que, num espaço de tempo razoavelmente curto, os bancos percam 'share' e dominância no mercado de investimentos.”

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