Os investimentos do Brasil em fundos baseados em criptomoedas recuaram em líquidos US$ 2,1 milhões, R$ 12 milhões, no acumulado semanal de sexta-feira (14), quando o segmento registrou US$ 415 milhões em saídas líquidas globais, segundo a CoinShares.
Fonte: Reprodução/CoinShares
De acordo com o relatório da gestora de criptomoedas, a retração foi a mais significativa em 19 semanas, desde a vitória do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de novembro, quando o Bitcoin (BTC) iniciou um ciclo de diversas quebras de máximas históricas e capitaneou a pressão compradora de fundos negociados em bolsa (ETFs) baseados em Bitcoin, Ethereum (ETH) e outras altcoins.
Na avaliação da Coinshares, o recuo da última semana está relacionado ao discurso hawkish (pessimista) de Jerome Powell no Congresso dos Estados Unidos, já que o Bitcoin é “altamente sensível às expectativas de taxas de juros”. Segundo o Chair do Federal Reserve (Fed), “há alguma incerteza elevada”, o que deve fazer com que o banco central dos EUA freie novos cortes na taxa de juros, em face das novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump a produtos de outros países.
Powell acrescentou que a economia está forte, crescendo a uma taxa de 2% a 2,5%, o que também representa um sinal de pausa na redução de juros, cenário que pode arrefecer o superaquecimento do mercado de criptomoedas, desde o começo de novembro, com a vitória de Trump.
“Não precisamos ter pressa para ajustar nossa postura de política monetária”, completou Powell.
O movimento semanal dos fundos cripto foi puxado pelos EUA, em saídas líquidas US$ 464 milhões, enquanto a pressão vendedora de Hong Kong foi de líquidos US$ 4 milhões. No entanto, parte do fluxo de saques foi contido por Alemanha, Suíça, Canadá e Austrália, que aportaram respectivos líquidos de US$ 21 milhões, US$ 12,5 milhões, US$ 10,2 milhões, US$ 2,3 milhões e US$ 900 mil, além de US$ 7,9 milhões em investimentos líquidos de outros países.
Os fundos em Bitcoin representaram quase a totalidade do fluxo de saídas líquidas, US$ 430 milhões, seguidos por fundos em Ethereum, cestas multiativos e outros, respectivamente em US$ 7,2 milhões, US$ 600 mil e US$ 3,9 milhões. Pelo contrário, os fundos em Solana (SOL), XRP, Sui (SUI), Cardano (ADA) e Litecoin (LTC) atraíram respectivos líquidos de US$ 8,9 milhões, US$ 8,5 milhões, US$ 6 milhões, US$ 1,9 milhão e US$ 1,2 milhão.
Apesar da pressão vendedora, o total de ativos sob gestão (AuM, na sigla em inglês) avançou a US$ 166,34 bilhões. Nesse caso, o acumulado brasileiro alcançou US$ 1,42 bilhão com a manutenção da sexta colocação global do país. Estados Unidos, Suíça, Canadá, Alemanha e Suécia também permaneceram em suas posições com respectivos AuM de 124,32 bilhões, US$ 7,2 bilhões, US$ 5,95 bilhões, US$ 5,61 bilhões e US$ 3,56 bilhões.
De acordo com o relatório, os ETFs da BlackRock, iShares Bitcoin Trust e iShares Ethereum Trust, receberam líquidos US$ 130 milhões. Na mesma direção, ProShares ETFs e 21Shares AG registraram respectivas entradas líquidas de US$ 52 milhões e US$ 3 milhões, enquanto outros fundos globais atingiram US$ 30 milhões em entradas líquidas. Em direção contrária, as saídas líquidas dos ETFs da Fidelity, ARK 21 Shares, Grayscale e Bitwise ETFs lideraram a pressão vendedora, em respectivos líquidos de US$ 282 milhões, US$ 163 milhões, US$ 140 milhões e US$ 43 milhões.
Fonte: Reprodução/CoinShares
Na semana anterior, os investimentos nacionais em fundos de criptomoedas chegaram a R$ 134 milhões enquanto o Ethereum surpreendia o Bitcoin, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.