O Brasil é um dos países que registra o maior crescimento no número de desenvolvedores de criptomoedas e Web3 desde 2018, revela o “Relatório de Desenvolvedores 2024” publicado recentemente pelo fundo de capital de risco Electric Capital.
À medida que o desenvolvimento de projetos de criptomoedas e Web3 migra da América do Norte e da Europa ocidental para outras regiões, o Brasil se destaca como um centro de referência da indústria, ao lado de França, Argentina e países do sudeste asiático, do leste europeu e do Pacífico.
Crescimento do número de desenvolvedores por país de 2018 a 2023. Fonte: Electric Capital
Índia e Nigéria lideram o crescimento, enquanto o declínio mais acentuado é registrado nos EUA. Atualmente, o gigante do sudeste asiático possui 11,8% do total de desenvolvedores ativos, ocupando a segunda posição no ranking global, à frente do Reino Unido, que está em terceiro, com 4,2%, seguido por Canadá e China, ambos com 4%.
Os EUA mantêm a liderança, com 18,8% do total, apesar da queda de 51% no número de desenvolvedores desde 2015, destacou Maria Shen, sócia da Electric Capital em uma postagem no X:
“Os EUA registraram uma queda de 51% na participação de desenvolvedores desde 2015, enquanto as criptomoedas cresceram de US$ 5 bilhões para US$ 2,4 bilhões em capitalização de mercado!”
“81% dos desenvolvedores de criptomoedas vivem fora dos EUA, moldando o futuro do dinheiro digital", afirmou Shen, acrescentando que a diminuição da representatividade dos EUA no mercado global de mão de obra dedicada às criptomoedas é “um problema de segurança nacional e um obstáculo à inovação” no país.
Participação de mercado de desenvolvedores de criptomoedas por país. Fonte: Electric Capital
Globalização da indústria de criptomoedas
O declínio no número de desenvolvedores nos EUA reflete uma tendência mais ampla de globalização da indústria de criptomoedas, com a expansão das atividades para além do eixo América do Norte-Europa Ocidental, revela o relatório.
Em 2018, América do Norte, Europa Ocidental, Austrália e países do Pacífico concentravam mais de 70% da participação de mercado da Web3. Atualmente, essa participação caiu para menos de 60%.
Distribuição regional de desenvolvedores de criptomoedas de 2018 a 2023. Fonte: Electric Capital
“O sul da Ásia, América Latina, Leste e Sul da Europa, e África Ocidental registraram um crescimento superior a 20% na participação de mercado", afirma o relatório", afirma o relatório.
Pela primeira vez, a Ásia supera a América do Norte e a Europa no total de desenvolvedores ativos de criptomoedas, de acordo com o relatório.
“A participação de desenvolvedores da América do Norte caiu drasticamente de 44% em 2015 para apenas 24% em 2024, enquanto a participação da Ásia subiu de 13% para 32%", afirmou Shen.
Participação de mercado de desenvolvedores de criptomoedas por continente. Fonte: Electric Capital
A África e a América Latina dividem a quarta posição no ranking regional. No continente africano, além da Nigéria, a África do Sul se destaca como um polo em expansão de criptomoedas e Web3.
Já o crescimento da América Latina foi impulsionado por Brasil e Argentina. No entanto, o Suriname também ganhou destaque.
A candidata à presidência da ex-colônia holandesa, Maya Parbhoe, pretende adotar o Bitcoin (BTC) como moeda de curso legal no país, caso seja eleita, replicando a experiência de El Salvador, conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil.
