Em visita ao Brasil na última semana, o CEO da startup de tecnologia de pagamento empresarial Ripple, Brad Garlinghouse, disse que o Brasil está à frente dos Estados Unidos em relação a soluções envolvendo criptomoedas e a tecnologia blockchain. Garlinghouse participou da divulgação da parceria entre a Ripple e a operação brasileira do banco britânico Travelex Bank, que passou a utilizar o On-Demand Liquidity (ODL), liquidez sob demana, tecnologia de soluções de pagamento empresarial, business-to-business (B2B), da Ripple, que utiliza o token XRP como ponte para pagamentos e remessas internacionais.

Em entrevista à Exame, Garlinghouse falou sobre a utilização da tecnologia lockchain para superar os meios tradicionais de pagamento internacional como o Swift que, segundo avaliação do empresário é mais lenta que o ODL, porque leva entre três a cinco dias para ser concluído, ao passo que a tecnologia da startup permite que as transações sejam concluídas de forma instantânea, além de simplificar o acesso dos clientes ao capital internacional. 

“Esses trilhos de pagamento tradicionais são bem grandes, com empresas que valem trilhões enquanto a Ripple ainda está nos bilhões. Mas esses trilhos são limitados em custos e velocidade”, disse. 

O CEO da Ripple disse ainda que o XRP está no meio do “fogo cruzado” entre a SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, que enxerga o criptoativo como um valor mobiliário, e o Tesouro, que considera o XRP uma moeda. 

“Acho que isso é triste para o mercado cripto americano, mas sinceramente, beneficia o mercado fora dos EUA. Se você é um empresário que quer começar um negócio em cripto ou no blockchain, um conselho que eu te dou é: não faça isso nos EUA”, acrescentou o CEO da Ripple, que tem sede nos Estados Unidos, onde enfrenta uma ação judicial movida pela SEC. 

Garlinghouse também declarou que uma eventual aprovação de projetos regulatórios que tramitam no Congresso dos Estados Unidos ajudaria na permanência da startup naquele país e acrescentou que o Brasil está à frente dos Estados Unidos em relação a soluções da indústria cripto.

“Temos uma relação com o banco central do brasil, e eles já estão falando sobre CBDCs então sem dúvidas, eu acho que o Brasil está a frente de muitos países. O PIX e o LIFT Challenge são exemplos onde o Brasil demonstrou sua liderança”, concluiu.

Em relatório divulgado há alguns dias, o Value Report, a Ripple afirmou que três quartos das instituições usarão criptomoedas nos próximos três anos, conforme noticiou o Cointelegraph.

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