Resumo da notícia:

  • Alguns países, como o Brasil, veem oportunidade em crash provocado por Trump e bancos regionais dos EUA.

  • Queda de preços resulta e retração do AuM.

  • ETPs baseados em altcoins minimizam saídas líquidas de fundos de Bitcoin.

Os investidores do Brasil aportaram líquidos US$ 6,9 milhões, R$ 37,3 milhões, em fundos de criptomoedas no acumulado semanal de sexta-feira (17), segundo a CoinShares.

Fonte: Reprodução CoinShares.

A gestora de criptomoedas associou os US$ 513 milhões em saídas líquidas globais nesse período à cascata de liquidez do dia 10 de outubro, em especial na Binance. Nessa dia, a pressão repentina de venda de ativos resultou em quase US$ 20 bilhões em liquidações de traders alavancados de criptomoedas. Banho de sangue que ocorreu depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar o Truth Social a imposição de 100% de tarifa alfandegária a produtos da China, em resposta à decisão do país asiático de aumentar o controle sobre exportações de terras raras.

Além das liquidações, houve casos de perda de paridade (depeg) de stablecoins lastreadas no dólar americano e altcoins usadas como garantia de empréstimos que chegaram a zero, pelo despejo momentaneamente em algumas exchanges, como a Binance.

Na semana anterior, a pressão vendedora encontrou outro catalisador nas preocupações de calote levantadas em relatórios de bancos regionais dos Estados Unidos. No desfiladeiro, o Zions Bancorporation viu suas ações derreterem 13,14% após o banco regional relatar uma perda de US$ 50 milhões no terceiro trimestre, decorrente de dois empréstimos na Califórnia. Já as ações do Western Alliance recuaram 10,81% depois de o banco informar que abriu um processo alegando que um de seus mutuários, o  Cantor Group V LLC, não forneceu garantias colaterais.

A CoinShares destacou, além do Brasil, outros países viram a fraqueza de preços como oportunidade de comprar a queda, através de produtos de investimento negociados em bolsa (ETPs) baseados em criptomoedas. Esse foi o caso de Alemanha, Suíça, Canadá e Austrália, cujos aportes líquidos semanais foram de US$ 59,3 milhões, US$ 48 milhões, US$ 42,3 milhões e US$ 8,2 milhões, respectivamente. Caminho que foi seguido por outros países, em líquidos US$ 7,8 milhões. Já o volume de negociações semanal chegou a US$ 51 bilhões, quase o dobro da média semanal deste ano.

Pelo lado das vendas, as saídas líquidas de Estados Unidos, Suécia e Hong Kong fecharam a semana em respectivos líquidos de US$ 621 milhões, US$ 54,2 milhões e US$ 9,8 milhões.

Apesar da compra da queda, a retração de preços levou o Brasil a recuar a US$ 1,57 bilhão no total de ativos sob gestão (AuM), sexto maior volume global. Estados Unidos, Suíça, Alemanha, Canadá, e Suécia também mantiveram suas posições ao encerrarem a semana com respectivos AuM de US$ 154,32 bilhões, US$ 7,85 bilhões, US$ 6,84 bilhões, US$ 6,60 bilhões e US$ 3,41 bilhões. Enquanto isso, outros países recuaram a US$ 38,25 milhões.

Pela aferição de criptoativos, fundos em Bitcoin (BTC) e em cestas multiativos representaram as maiores saídas líquidas, respectivamente de US$ 946 milhões e US$ 29,1 milhões. Em direção contrária, os maiores volumes de entradas líquidas semanais foram de ETPs de Ethereum (ETH), de Solana (SOL), de XRP, de Sui (SUI), de Cardano (ADA), de Chainlink (LINK) e de Litecoin (LTC), em respectivos US$ 205,1 milhões, US$ 156,1 milhões, US$ 73,9 milhões, US$ 5,9 milhões, US$ 3,7 milhões, US$ 1,8 milhão e US$ 1 milhão. Enquanto isso, outros fundos cripto receberam líquidos US$ 15,6 milhões.

Os maiores volumes de saídas líquidas de ETPs cripto no período foram iShares ETFs USA (Bitcoin e Ethereum), Grayscale, ARK 21 Shares, Fidelity Wise Origin Bitcoin Fund e Bitwise Funds Trust, em respectivos US$ 524 milhões, US$ 494 milhões, US$ 290 milhões, US$ 160 milhões e US$ 152 milhões. Pelo contrário, ProShares ETFs, CoinShares Digital Securities e 21 Shares AG receberam respectivas entradas líquidas semanais de US$ US$ 96 milhões, US$ 41 milhões e US$ 12 milhões. Enquanto isso, outros fundos captaram líquidos US$ 41 milhões no período.

Na semana anterior, os investidores nacionais retiraram R$ 55 milhões de fundos cripto ao minimizaram o ‘dump de Trump’, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.