Resumo da notícia:
Dados econômicos otimistas dos EUA fomentam expectativa de corte de juros pelo Fed e favorecem o Bitcoin
Enfraquecimento da narrativa da bolha da IA também rema a favor do BTC pela queda da aversão ao risco.
RSI das criptomoedas indica aumento da pressão de compra.
Na manhã desta quinta-feira (27), o mercado de criptomoedas avançava a um market cap de US$ 3,12 trilhões (+4,4%), enquanto o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 91,7 mil (+5,6%) com 58,6% de dominância, medo dos investidores (18%) e a maioria das altcoins em alta.
A entrada de capital líquido no mercado de criptomoedas, cerca de US$ 130 bilhões em 24 horas, apontava para precificação da queda da aversão ao risco com novos dados econômicos capitaneados pelos Estados Unidos. O que também favoreceu a continuidade da recuperação dos índices S&P 500 e Nasdaq, ao qual o Bitcoin historicamente mantém correlação, encerrados em respectivos 6.812,61 (+0,69%) e 23.214,69 pontos (+0,82%).
O otimismo também reforçou as apostas por cortes de juros em dezembro pelo Federal Reserve (Fed), em direção ao aumento de liquidez em mercados como o de criptomoedas. Nesse sentido, a divulgação de novos dados do Departamento do Trabalho apontou resiliência do mercado de trabalho, já que os pedidos de auxílio-desemprego recuaram a 216 mil na semana encerrada no último dia 22 ante 222 mil na semana anterior. Por outro lado, a atualização do Livro Bege, que afere a situação da econômica nos 12 distritos do Fed, apontou ligeiro recuo no emprego com cerca de metade dos distritos registrando uma demanda de mão de obra mais fraca.
Segundo o documento, “vários empregadores ajustaram a jornada de trabalho para acomodar um volume de negócios maior ou menor do que o esperado, em vez de ajustar o número de funcionários”.
Algumas empresas observaram que a inteligência artificial substituiu cargos de nível inicial ou tornou os trabalhadores existentes produtivos o suficiente para reduzir a necessidade de novas contratações, acrescentou o documento do Fed.
Por outro lado, o Livro Bege mostrou ligeiro aumento na atividade manufatureira, apesar das incertezas envolvendo as tarifas alfandegárias a produtos de outros países, impostas pelo presidente Donald Trump.
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Outro possível catalisador para alta de mercados como o de criptomoedas foi a perda de força da narrativa de estouro da bolha da inteligência artificial (IA), cujos argumentos contrários sustentam que o retorno da tecnologia não justifica os aportes bilionários em data centers. Para a empresa australiana de serviços financeiros Macquarie, “uma bolha estoura quando há muita oferta para pouca demanda. Na IA, temos o oposto.”
O VIX, “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, estava recuado a 17,13 pontos (-7,7%). Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados negociação à vista (spot) de Bitcoin, de Ethereum (ETH) e de XRP registraram respectivas entradas líquidas de US$ 21,12 milhões, US$ 60,82 milhões e US$ 21,81 milhões, enquanto os ETFs spot de Solana (SOL) tiveram saídas líquidas de US$ 8,1 milhões, segundo dados da SoSoValue.
O mapeamento da Coinglass do mercado de Futuros de criptomoedas apontava alta a US$ 134,01 bilhões (+3,5%) no Interesse Aberto e avanço a US$ 260,46 bilhões (+3,5%) no volume de negociações. Já que a liquidação de traders alavancados de criptomoedas beirava US$ 314 milhões (+19,9%). Nesse caso, os ursos estavam em desvantagem pela liquidação de cerca de 241 milhões em posições vendidas (shorts) ante US$ 72,8 milhões em posições compradas (longs).
A 54,90 pontos, o índice de força relativa (RSI) médio das apontava aumento da pressão de compra em relação ao dia anterior. O mapa de calor também destacava diversos tokens nas zonas de forte compra ou sobrecompra e de forte venda ou sobrevenda. Na primeira faixa, mais sujeita à correção, estavam tokens como AVAX, KAS, PENDLE, SPX, ORCA, BANANAS31, CAKE, SUPER, BRETT, BAT, ESPORTS, MASK, KMNO, FIDA, XVS. No outro extremo, mais sujeito a reversão, estavam tokens como ASTER, RESOLV, ALCH, M, SOON, HUMA, APR, OG, GRASS, PIERVERSE, UAI, OG.
O índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado, estava localizado em 23 pontos. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o M derretia a US$ 1,27 (-29,8%), o CC se retraía a US$ 0,085 (-4,2%), o ICP valia US$ 4,05 (-2%), o SKY ascendia a US$ 0,046 (+9,9%), o TEL era trocado por US$ 0,0052 (+7,9%), o DASH se comparava a US$ 63,22 (+7,7%), o ETHFI valia US$ 0,78 (+7,1%) e o AVAX era transacionado por US$ 14,93 (+6,7%).
As altas de dois dígitos percentuais ganhavam força. Nesse caso, o KAS era trocado por US$ 0,060 (+20,4%), o VIRTUAL atingia US$ 1 (+13,1%), o IRYS orbitava US$ 0,051 (+87,1%), o ORCA representava US$ 1,62 (+52,6%), o SHX representava US$ 0,013 (+47,3%), o BANANAS31 estava cotado a US$ 0,0054 (+42,9%), o CCD se convertia em US$ 0,020 (+38,9%) e o SUPER era trocado de mãos por US$ 0,25 (+26,2%).
Entre as novas listagens estavam IRYS na Binance Futuros, Bybit Futuros, Bithumb e Bitget, APRO na Binance, ENA, SPK, HYPE e BIO na Bitstamp, LINEA e CROAK na Indodax, BIT, ORBS e GUA na LBANK, BIBI na BitMart, AT, FOLKS e DGRAM na Biconomy.
No dia anterior, a IA apontou que o Bitcoin não sangraria apesar do recuo das criptomoedas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.