Talvez não exista na história da humanidade algo mais triste que a guerra, porque os conflitos conseguem reunir quase todas as dores para as pessoas: morte, dor, fome, humilhação, tristeza, perda da família, da pátria e da esperança. E não é diferente com o que acontece desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro deste ano, porque, além dos efeitos diretos que atingem o povo ucraniano e russo, inclusive, a conta também é sentida mundo afora, nas prateleiras dos produtos dos supermercados, nos boletos que sufocam os orçamentos familiares, a por aí adiante.
Em um mundo onde as economias se acostumaram a emitir papel-moeda para solucionarem seus problemas de liquidez, a fórmula pode ser perigosa para a Europa, que enfrenta US$ 1,5 trilhão em chamadas de margem por causa da insuficiência da liquidez disponível ao setor energético, atingido em cheio pelo corte de fornecimento de gás pela Rússia como retaliação às sanções econômicas impostas pelas nações do Velho Continente e dos Estados Unidos. As chamadas de margem são garantias que as bolsas de valores exigem como garantia de funcionamento de mercados considerados de risco.
“CHAMADAS DE MARGEM DE ENERGIA TOTALIZANDO PELO MENOS US$ 1,5 TRILHÃO - BBG
*O comércio de energia na Europa corre o risco de parar, a menos que os governos estendam a liquidez para cobrir chamadas de margem de pelo menos US$ 1,5 trilhão, de acordo com a empresa norueguesa de energia Equinor ASA”, escreveu o economista Christophe Barraud.
🇪🇺 #ENERGY MARGIN CALLS SEEN TOTALING AT LEAST $1.5 TRILLION - BBG
— Christophe Barraud🛢🐳 (@C_Barraud) September 6, 2022
*European energy trading risks grinding to a halt unless governments extend liquidity to cover margin calls of at least $1.5 trillion, according to Norwegian energy company Equinor ASA.
Barraud está longe de ser uma voz solitária quando o assunto são as possíveis, e prováveis, consequências do agravamento do setor energético na Europa. O que, mais cedo ou mais tarde, poderá terminar com o Banco Central Europeu ligando as impressoras para emitir papel-moeda a fim de tentar resgatar a liquidez do setor energético.
A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, já abriu os cofres para tentar minimizar a conta que espreme o orçamento das famílias britânicas.
“O tamanho do resgate de energia do Reino Unido está fora dos gráficos. De acordo com
@alexwickham
, além dos £ 130 bilhões para congelar as contas de energia doméstica, Liz Truss está pensando em outros £ 40 bilhões para pequenas empresas.
Os ~ £ 170 bilhões equivalem ao orçamento anual do NHS e são > 5% do PIB”, publicou o colunista de energia e commodities da Bloomberg, Javier Blas.
The size of the UK energy bail-out is off-the charts. According to @alexwickham, on top of the £130 billion to freeze household energy bills, Liz Truss is mulling another £40 billion for small business.
— Javier Blas (@JavierBlas) September 6, 2022
The ~£170 billion equals to the annual NHS budget, and it's >5% of GDP
Para o editor do portal focado em Bitcoin TFTC, Marty Bent, as soluções da União Europeia (UE) para a elevação do custo energético vão piorar a situação dos produtores de energia porque vão elevar a inflação e, com isso, aumentar ainda mais os custos de produção de energia e o sofrimento da população.
Bent disse ainda que o sistema monetário está degradado e o “dinheiro fácil” pode ser transformado em arma por meio do rebaixamento da das economias individuais e pela arbitragem do dinheiro degradado. Ao falar da retaliação russa decorrente do isolamento econômico imposto pelo Ocidente, ele disse que um colapso hiperinflacionário é iminente, atingindo, inclusive, os Estados Unidos por causa da conexão com a Europa. No caso, um efeito dominó que deverá chegar antes do que a maioria pensa.
O analista finalizou dizendo que “a única saída dessa bagunça é adotar um dinheiro que é extremamente difícil para a classe improdutiva corromper. Esse dinheiro é bitcoin. Uma vez que o Bitcoin é a moeda de reserva do mundo, os preços verdadeiros serão trazidos de volta aos mercados, o que permitirá que o capital seja alocado adequadamente, porque os custos de alocar mal esse capital escasso serão extremamente altos.”
Apesar dos ventos contrários, o Bitcoin deve se recuperar fortemente já que a criptomoeda é um 'curinga' pronto para se superar, segundo o estrategista de commodities da Bloomberg Mike McGlone, conforme noticiou o Cointelegraph.
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