O mercado de criptomoedas respondia por um market cap de US$ 3,85 trilhões (-2,9%) na manhã desta segunda-feira (25). Na ocasião, o Bitcoin (BTC) era transferido por US$ 111,2 mil (-3%) com dominância de mercado retraída a 57,6%, sentimento de neutralidade dos investidores (50%) e a maioria das principais altcoins no vermelho.

Em linhas gerais, a queda coincidia com a saída de capital líquido e a possível realização de ganhos obtidos com o Bitcoin na última sexta-feira (22), após o discurso dovish (otimista) do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Em parte, os vendedores de BTC compraram diversos tokens, cujas altas chegavam a dois dígitos percentuais.

Em seu discurso no simpósio de Jackson Hole, o Chair do Banco Central dos Estados Unidos deu a entende que a retomada de corte de juros está próxima. O que foi suficiente para causar euforia nos mercados, elevando o S&P 500 e o Nasdaq a respectivos 6.466,91 (+1,52%) e 21.496,54 pontos (+1,88%).

Por outro lado, Powell declarou que está de olho na possibilidade de retomada da inflação, por causa da guerra tarifária promovida pelo presidente Donald Trump. O que pode provocar novos arrocchos nos juros do Fed e outros bancos centrais, comprimindo mercados como o de criptomoedas. Como efeito, Powell citou a alta de algumas categorias de bens como consequências “claramente visíveis” do tarifaço de Trump.

Esperamos que esses efeitos se acumulem nos próximos meses, com grande incerteza quanto ao momento e aos valores, declarou.

A pernada de alta do BTC, que chegou a romper a resistência de US$ 117 mil depois dos pronunciamentos de Jerome Powell, foi acompanhada pela realização de lucros por parte de grandes parteiras de criptomoedas, imprimindo um movimento corretivo no final de semana. No X, a Lookonchain destacou que “gangster originais do Bitcoin” (OG, na sigla para a gíria em inglês), despejaram. Em referência a essas antigas baleias, a plataforma de monitoramento observou que:

O Bitcoin OG, que recebeu 100.784 $BTC (US$ 642 milhões na época, agora US$ 11,4 bilhões) há 7 anos, está trocando freneticamente $BTC por $ETH . Nos últimos 5 dias, ele depositou cerca de 22.769 $BTC (US$ 2,59 bilhões) na #Hyperliquid para venda, depois comprou 472.920 $ETH (US$ 2,22 bilhões) à vista e abriu uma posição comprada de 135.265 $ETH (US$ 577 milhões).

O monitoramento da Coinglass do mercado de Futuros de criptomoedas mostrava queda a US$ 212,2 bilhões (-1,9%) no Interesse Aberto e avanço a US$ 485,6 bilhões (+102%) no volume de negociações em sinal de distribuição de contratos. Já o tombo do Bitcoin e das principais altcoins elevou a US$ 842 milhões (+386%) a liquidação de traders alavancados de criptmoedas. Desse total, as posições compradas (long) chegavam a US$ 677 milhões e conferiam maior derrota para os touros.

Mapa de calor de liquidação de traders alavancados de criptomoedas em 24 horas. Fonte: Coinglass.

O índice de força relativa (RSI) médio das criptomoedas da Coinglass se localizava a 40,39 pontos, com a maioria dos tokens nas regiões neutra e de venda. Fora dessa faixa, tokens como PROMPT, ONG, QTUM, MAV, NEO, MEME, PAXG, XMR e OGN se localizavam em zonas de compra ou sobrecompra, mais sujeita a correção. Na outra ponta, BTC, TON, CYBER, HUMA, MAGIC, MELANIA, PROVE, SANTOS e GRIFAIN estavam nas zonas de venda ou sobrevenda, com maiores chances de reversão.

Mapa de calor de 4 horas do RSI das criptomoedas. Fonte: Coinglass.

O VIX, “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, encontrava-se avançado a 15,18 pontos (+5,6%). Já os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em Bitcoin recuaram em líquidos US$ 23,15 milhões na última sexta-feira, quando os ETFs de Ethereum (ETH) se favoreceram com US$ 341,16 milhões em entradas líquidas, segundo dados da SoSoValue. Po sua vez, o monitoramento dessa segunda da plataforma apontava um acumulado semanal de 6.273,48 BTC adquiridos pelas 33 principais tesourarias não mineradoras de Bitcoin, que detinham US$ 93 bilhões no momento dessa edição.

O índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado de altcoins, encontrava-se avançado a 46 pontos. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o ENA recuava a US$ 0,63 (-8,2%), o MORPHO respondia por US$ 2,40 (-7,4%), o OKB pareava US$ 179,96 (-7,2%), o PENDLE se retraía a US$ 5,42 (-7%), o VET chegava a US$ 0,025 (+4,2%), o HYPE pareava US$ 45,24 (+3,9%) e o XMR atingia US$ 275,43 (+2,7%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o QTUM se comparava a US$ 3,13 (+11,6%), o SAROS explodia a US$ 0,34 (+80,7%), o ONT se localizava em US$ 0,22 (+59,9%), o ULTIMA alcançava US$ 7.973 (+11,7%) com valorização de 111% em sete dias, o FAI chegava a US$ 0,016 (+21,9%), o ONG valia US$ 0,21 (+21,2%), o FLOCK estava cotado a US$ 0,38 (+20,9%) com acumulado semanal de 109%, o DONKEY era transacionado por US$ 0,057 (+45%) com alta de 232% em sete dias e o NEON era trocado por US$ 0,20 (+26,9%) com acumulado de 136% nesse período.

Entre as novas listagens estavam CUDIS na Gate.io e Phemex, RETIRE, XPL e BTK na LBank, SPON, GODS, MYRIA, SLAY e SUP na Biconomy.

Na semana anterior, ULTIMA e BIO subiram até 30% em dia de pressão sobre o Bitcoin, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.